“Sobre a sombra do morcego, faço minha existência” – Batman
Sete anos para exercitar um ressurgimento, das penumbras do que não se consegue viver sem uma memória diluída pelo ódio e também tão pouco se apagar de sua vida de dupla aparência.
Batman nesse último estágio da epopeia de Nolan esgarça um sono de incredulidade, que tem seu fim para um arraigado conluio, de consagração e também de desparecer como uma entidade para se projetar como mito.
Dentro de sua caverna platoniana, os morcegos fazer um habitat, da hipocrisia ao qual já não há mais chance para Gotham.
O próprio Cavaleiro das Trevas está à mercê de um tempo que reescreve provas, de aval para uma teoria da existência, com a metafísica, de fazer da noite um caminho para vingança, mas que esteja conjugado com a vestimenta do mal necessário para se curar uma esquizofrenia da moral, intermitente em arquitetar uma conduta de que o certo e errado, é uma poética de dançar a música da indolência mental, como procedimento para ubérrimos de atrapalhar a comiseração do fácil, em um abissal terror de que a escuridão prevalece, não somente como um símbolo de linguagem, mas sendo a própria linguagem dos esquecidos.
Na biblioteca da Mansão Wayne, se esconde a identidade de um playboy, que em seu “alter ego” insiste em negar sua ascendência nobre, realizando um comunismo em se sujeitar a um maneirismo, de elevar à boa – nova, nos auspícios de um messias que possa mudar realidades excludentes, ao qual o tempo não possa adentrar, mas que se realize como um sinal de amadurecimento contra os vícios, de uma carne, com conectivos mentais, a sempre se lançar em direção ao desconhecido, se transferindo para um conhecido setor a angariar, a rebeldia como forma de vida.
Bale dessa vez, não está com um ímpeto de James Dean (1931 – 1955), em não ter a consciência em como dar uma osmose de inteligência para o morcego que domesticou dentro de si mesmo, e que ganhou o oásis, de ser camuflado com um signo de justiça.
Na noite sem fim da criminalidade com força os contrastes de um herói, que não possui poderes sobrenaturais são evidentes, demonstrando sua fragilidade como a de qualquer outro ser humano, mas que faz o natural, que um bom vigilante faz, com toque a “Paul Carsey”, contendo o implacável senso de manutenção da ordem custe o que custar de “Dirty Harry”, ou seja, bandido bom é bandido morto.
O Batman da modernidade usa de avidez, mas não de crueldade.
Mas o que fazer quando a “crueldade está instaurada”, em todos os setores de um sentimentalismo, a uma psiquiatria cultural, em fazer da bandidagem filosófica uma representação, do “sujeito que deseja justiça”, mas que se esconde perante as instituições do Direito, e não libera assim seu lado sombrio, como uma abertura para sensações de aventuras, que possam ter uma dialética a divagar e provocar ideias, e também organicidade, de lutar contra ideologias gananciosas do tecnicismo de recebimento, de múltiplas inteligências, para uma compreensão do abstrato, com um pleito do teleológico, da subjetividade não ser mimada, a enxergar o próprio umbigo, como sinal de egoísmo do justiceiro, que se fez herói, pela falência da sociedade civil em tomar conta de si mesmo.
As práticas de sociabilidades, em Gotham fez surgir vilões, mas fez uma canonização como a nova cidade do pecado, “Sin City” (2005) sentiria pecado, mas que arde igual à “Silent Hill” (2006), com a luz de sinais dos morcegos no céu assim que a “coisa” fica fora de controle.
Mas que “coisa” seria isso?
“Bane” (Tom Hardy – 1977) o anarquista sem causa que conseguiu no inicio de sua saga, aniquilar Batman?
Ou seria a própria sociedade de Gotham que não consegue se livrar dos demônios que ela própria invoca, e depois de alimentá-los, se nutri em uma anamnese cultural, sendo uma linha de montagem de depressões da criticidade, em se apaixonar pelo proibido, para ultrapassar o “certo”, mas fazendo um pouco do “certo”, o descaminho para consumir-se em um gozo pleno de elucidar as trevas da necessidade em sempre chamar o herói para resolver os seus dilemas.
O amanhã se encontra aqui, ente a um vilão que somente deseja o sabor pela balburdia, com requintes a ocupar o seu lugar, que tão pouco tem adulação por seu antagonista, e projeta um sentimento indiferença, quanto à morte.
O auto sacrifício no final do filme, seria redenção ou a condenação do homem-morcego?
O suicídio em todos os sentidos se torna um sinal em se afastar de Deus, dando o ritmo frenético, para o pragmatismo da inutilidade dos vícios e virtudes, que podem promover a igualdade, contra a desigualdade de pensamentos, que destinam enxergar a si próprio.
Batman sai do seu egoísmo, para realizar o seu ressurgimento físico, já que sua presença se confunde com a cidade ao qual vive, mas que está, com um toque mais sádico.
Isso confere que para se conservar a ordem, não basta o singelo apelo para o auxílio da escuridão, e sim a promover um ríspido arquétipo de imacular visão do herói (pseudo – vilão) justo, que perdoa a todos.
Não há perdão nem para fracos e fortes, e tão pouco para mocinhos e bandidos.
A vida já é uma condenação, basta ter as chaves corretas para quebrar os muros, de inconstantes legislações de comportamentos politicamente corretos, contra aquilo que a classe alta, consolidou como sendo sua forma de viver, e assim se aplica para todas as classes sociais, ou seja, vivemos de aparência, e dessa aparência fazer um templo de apresentação para antagônicos momentos psíquicos, consolidando um herói que se esconde diante o poder de vulcão infernal como Bane, que conjuga o terrorismo na forma de uma cinegrafia de elencar a destruição como algo, normal em torno do ser humano.
Mais do que O Coringa, Tom Hardy, submerge a questão de transformar Gotham City, em um palco de destruição, objetivando o sentido psicológico em professar o caos, como um fator a extinguir o que seja comiserado como bom e mal.
O duplo sentido existencial entre destruir Batman, e causar mal as pessoas, oferece uma interpretação psicanalítica ao qual o Cavaleiro das Trevas é um responsável direto por todas as ganâncias do poderio das vilanias de Bane, sendo que a existência do mais ínfimo humano, até o herói mais sagaz, venha a acobertar a necessidade de um mal insurgente, que busca na modernidade, agraciar o semblante de uma escuridão como um espetáculo das misérias humanas, ornamentando um psicótico jogo de sombras, na tentativa em se fazer justiça, mas que isso não venha confrontado, em uma semiologia a destruição de cumes idealísticos, na ingenuidade que para se manter, a ordem, muitas vezes, é necessário transcender a ordem.
Nesse caminho de “noite sem fim”, poderia Batman fazer uma alusão ao juramento do Lanterna Verde “No dia mais claro, na noite mais escura, nenhum mal escapará a minha visão”, todavia como realizar atos de solidariedade perante o marasmo de um “bem”, que somente contemple ideias de uma luta de classes entre abastados e famigerados.
O sentido de Robin Hood, entra em cena, não como uma estética da miséria, e sim que mesmo Bruce Wayne, com sua sede de justiça, clama em criar um estereótipo ao qual também possa vim a manter suas mordomias, sem necessitar “pegar no pesado”, uma conjectura de cultura pop proporcionando, ‘insides”, de que mesmo o lado mal possui alternâncias a caminhar junto com o bem, abortando apontamentos para gerencia filosófica entre o subjetivo do herói em conquistar o reconhecimento do outro, como a uma lógica comportamental a entrever, o vicio da justiça, contra uma tessitura de paciência, que somente impregna o medo, mas carecendo de respeito.
Nolan (1970) colocou os conflitos sociais, em um tempo onde “o mundo” dentro de um viés “schopenhaureniano”, andava, muito necessitado de heróis, alguém que nos protegesse, do demônio invisível e macabro do terrorismo.
Em 2012, o mundo estava ainda assombrado pelos desdobramentos dramáticos de ações do Estado Islâmico, ou de algum lunático de plantão, a resolver surtar, e confundir realidade com ficção.
Os extremismos do perigo, em não se caracterizar de maneira correta a imagem entre o herói e o justiceiro, provocou uma histeria coletiva, chegando a atos extremos de um morticínio causado pelo Massacre de Aurora (Colorado – Estados Unidos), onde um fanático matou 12 pessoas, durante uma das sessões do filme, julgando ser o Coringa.
Um certo tom sarcástico de que o terrorismo encarnado por Bane, vai contra o anacronismo de uma anarquia intelectual e maldosa ao qual o Palhaço do Crime procura a todo momento levar Batman, ao limite entre o terror e a fantasia.
Seus flancos de abertura espiritual, vem a confrontar com uma análise de discurso do poder, que faz do assédio da imprensa, uma hemoglobina moral, em levar oxigênio em combater esse torpor psicanalítico entre a realidade dialética, e a violência como uma aclamação do “eu” enfurecido, do homem simples, sem o espaço de vivencias do super-herói, ou até mesmo do sangue frio do justiceiro, ou da crueldade do vilão.
Na poética de um cinema de heróis, Batman pode ser considerado uma via dupla de interpretação, em causar o “terrorismo como uma forma de contra – terrorismo”, bem como a lançar um pouquinho de olhar teleológico, em como evitar a proliferação do fanatismo, esmiuçando o que pode ser ou não classificado como um socialmente aceito, não contendo os paralelos de cair em seu próprio descrédito, como uma ontologia negativa, de cunho “kantiano”, entre fazer “correto”, e o “fazer incorreto”, em conter um amor pela sociedade, que não fique exclusivamente as míticas de auspícios, das diretrizes da lei.
A lei que agride os cidadãos de bem, diante uma fileira, de pergaminhos burocráticos, e que faz perder a arte como uma forma de escancarar a vida, alimentando o “eu”, em como cuidar de alguém que está carente de atenção, e assim cria personalidades alternativas para suportar o peso diário, da hipocrisia em se dizer que se faz o bem, mas ao mesmo tempo está se louvando o mal.
Dentro de uma característica comportamental, tanto Batman, como Bane, representam o masoquismo de sofrer por algo, que poucos irão submeter a crises de consciência analítica, em outorgar alguns momentos de reflexões do que seja mal, ou do que seja bem, sem conter um nicho de falsidade, a reaver fórmulas de características metafísicas entre contornos proativos de diversões, que não estejam em sintonia, com a ironia da história, em qual é necessário um pouco de destruição para se chegar ao céu, e assim conter a pílula as satisfação eterna, em ver seu oponente não como algo, a ser destruído, e sim como alguém a ser entendido.
Entre os lados, do bem e do mal, há umas neuroses, de fazer uma política que não venha a fazer todos iguais, e sim cabendo um marasmo, de um sentimento paliativo de proteger a quem se quer o bem, mesmo que para isso venha a fornecer hecatombes imensuráveis de hipocrisia, a uma ética do bem querer.
Na deformação do real, se faz rejuvenescer a figura de uma família de sangue irlandês, atormentada pelo fantasma do assassinato dos tutores do infante, uma poética de sobriedade da vingança, com gnose a aplicar uma dose intravenosa na pele de adventos à construção de um cinema que não esteja obturado, pela destruição, e sim a promover novos compêndios entre o “ser e o existir”.
“O Existir” passa como figura amórfica, não se tem uma definição clara do que seja despedir-se a cada noite de uma missão mal resolvida, em ensinar o dom da vingança como um crátilo, a dormência de ideologias que são construídas dentro de um consciente de horrores que insistem a pulverizarem, o que seja dado como uma verdade eterna.
No compasso da carência de um trabalho que precisa ser feito, e não escolhem imagísticas corretas para sua aversão perante a criminalidade, Batman, encarna a figura de domínio público, a uma “cultura pop”, realizado pelo lado sombrio das pessoas, que mesmo com a velhice, não se cansam, em proclamarem, a imoralidade para se chegar a um sentido de verdade, que é desconstruída pelo romantismo do gótico, e também com as travessuras, em agraciar, um anteparo de atitudes, em avançar para uma terceira idade pelo qual se possa olhar para si mesmo, e perceber como a vida foi feita de imensos desafios, e que a cada instante em que o Morcego levanta, um novo cume de infinidades interpretativas, ganha uma osmose, em que podemos arquitetar um “sentido de possibilidades atomísticas”, lembrando-se do fator epistemológico Gaston Bachelard (1884 – 1962), em que o “momento” se torna mais importante que o tempo como um todo, contínuo, e verticalizado a uma metáfora comunicativa, em que não basta somente uma imagem para ser lembrado, e sim como esse fator vai ser alimentado pelas gerações futuras.
A fuga de Batman para se tornar um herói, e não possuir um traçado de assassino, conflua, uma ternura, entre lutar contra maldade que absorve Gotham desde as entradas da lei, tendo em Jim Gordon (Gary Oldman – 1958) uma espécie de contra-ego a violência do Cavaleiro Negro, fugindo da escuridão vampiresca, e chegando a uma luz com cunho de “Rei Arthur”, em unir a nobreza, contra a rebelião dos mais fracos e esquecidos, escancarados por Bane, que somente angaria a destruição, sem conter um real, semblante de lutar contra as injustiças de bullying superestruturais sem limites, torpedeando de maneira argumentativa, o heroísmo de Batman, escondido por de traz de sua mascara, pelo qual no jogo de baile em esconder seu semblante, quem dança sempre é o mais fraco, perante os espetáculos de frustrações, ao qual é jogado a cada momento, no frenesi de combates aleatórios sem escrúpulos aos quais as ruas de Gotham vivenciam.
O furacão de uma imoralidade sem fim, não há heróis, tão pouco vilões, e sim graça, da redenção por uma arte da vingança que se faz justiça, no apogeu “lacaniano entre o real, o simbólico e o imaginário”.
O real: uma mutação entre mocinho e vilões, todo o ser humano precisa em algum momento de sua ida se arriscar, abandonar o que te prende ao passado, mesmo que para isso seja necessário passar por um completo programa de desconstrução do “seu ego”, entre um arcabouço infernal, de seu nome seja lembrado pela eternidade, mesmo que para isso ocorra, destrua a figura dos seus semelhantes.
O Imaginário: em um sentido parietal, Bruce Wayne empresta sua vingança a seus leitores e espectadores dentro de uma concepção da “teoria da leitura” de Roger Chartier (1945), “o leitor é refém do seu personagem”, mas dentro da estética de Nolan, transcorre um nivelamento, entre a bajulação da inquietude em buscar a justiça, mesmo que para isso, se utiliza da forma mais brutal do espaço público, permeando a desgraça como vetor, para ovacionar o bem.
O Simbólico: O Morcego contra o monte de músculos de Bane, uma caricatura moderna de Lou Ferrigno (1951), onde a inteligência promulga as sombras de um intenso aquartelamento a uma característica em se fazer o que é certo, no sentido de “uma coisificação a fazer coisa certa” , parafraseando com as ideias modernistas de um contra racismo intelectualizado, de Spike Lee (1957), o simbólico é um sórdido cunho de trocas de gentilezas macabras ente o bem e o mal.
Então, caro leitor?
A poética de Batman nessa sua última aparição sanciona a subjetividade, de transformar a vingança, em uma arte de amadurecimento ininterrupto, a educação pelo gosto escrachado, onde o protagonista anda sempre com o popular, o lar do bem, é no quarto aconchegante da maldade, com um lado psicossocial, da constituição de um sujeito refém, na teleológica situação, de acabrunhar uma humanização perfilada de hipocrisia.
Reverenciando o prognóstico de um herói, que se esconde debaixo, de suas frustrações pessoais, guardando tudo para descontar sua ira através da quebra do juramento feito a Ra’s Al Ghul, de uma humanização da maldade, realizando assim uma maldade, sânscrita pelo bem pessoal que o heroísmo traz.
Afinal, o que seria ou quem seria Batman? Ou Bruce Wayne? Ou até mesmo o Cavaleiro Das Trevas?
Seu adestramento ou condicionamento não é comum a todos os heróis, realizado por combater um mal – pleno vital, para a necessidade em não poder confiar em ninguém, a empatia não existe, no terrorífico sinal para conservar sua reputação de playboy convalescente de relacionamentos pessoais e interpessoais escassos, com a alcunha de se vestir de negro e sair praticando um paralogismo de justiça, que se interpõem somente a sua verossímil falta de cadência em escolher um verdadeiro caminho para o seu eu de “Príncipe Das Sombras”, da cidade do eterno pecado, cumprindo com seu destino, em limpar, a sujeira trazida por uma inefável justiça, dentro a uma cinética de humilhação social, convergida na amputação a um sínodo, entre ser o herói, e ser vilão, sendo que na individuação de cada um, trazemos um pouco de heroísmo, enrubescido pela hipocrisia, em buscar somente aquilo que nos interessa.
Nietzsche (1844 – 1900) “conflagra o niilismo”, caminhando para a dúvida, sendo que o “bem é somente um traço de escolha”, pois estamos nas areias do tempo, “nos redescobrindo constantemente” como diria Marcel Proust (1871 – 1922).
Não há tempo, quando se encontra um sentido para vida, a loucura de se viver não cabe somente aos desejos Deus, podemos nos tornarmos deuses, e entrar no sacrário da imortalização, sem a imortalidade, nas entranhas do senso de dever, e com querer.
Mas que querer é esse que subleva a arte como um blasto de ternura?
Todos estamos, “pinelzinhos da cuca”, sem ter lido Philippe Pinel (1745 – 1826): Aaahhhhhh! bendita psiquiatria! Um matricial ornamento do vicio a ser politicamente correto.
O descaso político, fez do cinema, um antídoto para que todas as frustrações alheias aclamassem o gosto de destruição da sustentação moral da arte, contra a dureza de um deísmo, em que ocorre uma justiça, impelida pelos pecados da humanidade na “cultura pop”, em eliminar e matar apenas pelo gozo em ver o corpo cair.
Todos caímos, nas satrápias, de incredulidades, a construir um psicologismo de combater a enxaqueca de uma conduta escondida para todos ao nosso redor, mas que através da arte, conclama o caçador oculto em cada “ser”, que através dos fracassos, santifica uma alteridade de metáfora de sofrimento, realizando uma busca a sancionar, a inteligência como um sinal de resultado ao qual a vingança, se fez um sinal de justiça, perante uma etapa do “Direito” de que ao qual o ocultismo do senso comum, venha imiscuir uma velo de que não há segurança para oferecer, quando precisamos de heróis, obviamente colocamos a humanidade está refém de um condutas que não conseguem dar conta de si próprio, sofremos por causa do extermínio diário que colocamos, em sombrias tendências a escondermos diante, um sacrário sentimental de promiscuidades, a uma moralismo que faça arte, uma simetria entre o mundo real e imaginário, contando com força física, mas também que seja extenuado na inteligência, de um agnóstico traçado, ao qual não haja hierarquias para divisões de sentimentos entre o real e o verdadeiro.
O Batman de Nolan é a essência de um novo “hobbesianismo”, mas sem Estado, ao qual cada um pode fazer a lei que melhor entende, como instrumento para demarcar sua vida, ao longo de classes políticas e sociais, que realizam falcatruas, definhando a caridade como uma fragrância de grosseria que para o sucesso, é submetido um maniqueísmo de que a cultura, de forma genealógica, produz escolhas entre o que seja certo e o errado.
A cultura do errado esvazia o questionamento a uma louvação de colocar heróis como sendo exemplos ternos de condutas, na miserabilidade, de coadunar um espaço de ação entre, utopia e realidade.
É uma paródia julgar Batman como um cânone de vingança, cada um de nós tem no seu intimo algo para se vingar, para minar o bem existente, defronte a amortização do correto, perante uma estética em arquitetar o mal como instrumento de moral, para o blasto de paralogismo de admoestações de subjetividade, que esteja no compromisso de compreensão do outro, tanto para fazer o bem, como pra outorgar o mal.
Mal e bem, brincam com os homens, deveríamos termo o bem como um conchavo, de que o bem não é tão bem assim, trazendo um pouquinho de maldade, um toque de “malícia epicurista”, afinal não fazer o bem, não significa também que vamos realizar o mal em dobro.
Um protótipo de conduta “aristotélica” arraigada ao descompromisso, de uma arte viral, a combater esteios burocráticos, entre a propina de sermos comprados todos os dias, pelos mais diferentes tipos de modinhas comportamentais existentes, contra o eufemismo, de projetarmos nosso futuro nas ontologias existentes entre o passado e o presente.
Batman é a imagem do sofrimento transformado em arte, a um comprometimento de ser órfão da humanidade, culpado por não proteger seus pais, contendo um aprofundamento mental de um “sujeito”, mesclado entre a verdade, que procura a verdade, e ao mesmo tempo se distancia da verdade, que ele quer, e para onde o querer vai, não depende unicamente do querer individual e coletivo do seu “eu”, e sim de como seus semelhantes interpretam o “eu”, e de como esse “eu”, não pode vim a virar uma coisificação do que seja o “belo”.
Um belo com toque de “noir”, do cansaço a se produzir arte, recheada de barbárie, construída em um enfoque “lockiano”, de uma “mente branco”, rebuscada pelo sombrio caminho de vida projetada por ela mesma, e que assim vai contaminando, sabujos de indolência entre o que seja criativo e repetitivo.
Batman é o suicídio do mocinho, e a ressurreição do prisma “dente por dente, olho por olho”, com placebos, a uma familiarização do esquecimento, como diatribe de rompimento do senso comum, contra a uma criticidade que seja drenada, para o bem das pessoas, sem ter a necessidade de arrebentar a ética, com grandiosidade de ações, que quebrem a física de conservação de um estado sociológico, entre inquirir o que possa ser crime, contra a urgência de produção de atos sangrentos, como uma estética de engrandecimento estapafúrdio do personagem principal.
Em se Batman, sempre haverá um ponto entre a sobriedade e a loucura, para o suicídio coletivo do amor presente, que não seja escondido pelos desejos mais demoníacos dos seres humanos, realizando nevralgias, entre a filosofia do bom, e a eloquência do demoníaco.
Dados Técnicos.
Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge – Filme de 2012, com 2 horas e 44 minutos de duração.
Direção: Christopher Nolan.
Elenco: Christian Bale, Gary Oldman, Tom Hardy, Michael Caine, Gary Oldman, Morgan Freeman, Joseph Gordon Levitt, Anne Hathaway, Marion Cottilard.…
Ação – Suspense| Estados Unidos – Reino Unido
Sinopse: Oito anos após a morte de Harvey Dent, a cidade de Gotham City está pacificada e não precisa mais do Batman. A situação faz com que Bruce Wayne (Christian Bale) se torne um homem recluso em sua mansão, convivendo apenas com o mordomo Alfred (Michael Caine). Um dia, em meio a uma festa realizada na Mansão Wayne, uma das garçonetes contratadas rouba um colar de grande valor sentimental. Trata-se de Selina Kyle (Anne Hathaway), uma esperta e habilidosa ladra que, apesar de flagrada por Bruce, consegue fugir. Curioso em descobrir quem é ela, Bruce retorna à caverna para usar os computadores que tanto lhe serviram quando vestia o manto do Homem-Morcego. Aos poucos começa a perceber indícios do surgimento de uma nova ameaça a Gotham City, personificada no brutamontes Bane (Tom Hardy). É o suficiente para que volte a ser o Batman, apesar dos problemas físicos decorrentes de suas atividades como super-herói ao longo dos anos.