Pular para o conteúdo

A sabedoria por trás de Click

Adam Sandler é um carinha complicado. Tem muita gente que odeia o rapaz, em contrapartida tem muita gente que gosta de dar algumas risadas com ele.

Eu?

Sou do time dos “isentões”. Não me agrada e nem desagrada. O fato é que ele nunca me encantou, não é um cara que eu sinto necessidade em ver suas obras. Até porque eu já vi muita coisa dele na sessão da tarde.

Mas, recentemente, ouvi em uma roda de amigos que seu melhor filme chamava-se Click. Diziam que era um filme profundo, que trazia grandes ensinamentos.

Então, como sou fissurado em obras que trazem reflexões, fui assistir.

E não é que eles tinham razão?

Click mostra Adam Sandler na pele de Michael Newman. Ele é um cara que deseja muito subir os degraus na empresa que trabalha. Quer ser promovido de qualquer jeito, por isso trabalha dia e noite.

Mas com o trabalho em primeiro lugar, todo o restante fica “para quando der”.

Ver os pais? Quando der.

Jantar com os filhos? Quando der.

Transar com a esposa? Quando der.

Trabalho? Agora!

Só que Newman tinha um problema com tecnologia, ele sempre apertava todos os controles de casa até achar um que ligasse seu aparelho televisor. Seus vizinhos, os “Doyles”, tinham um controle que fazia tudo. Newman para economizar tempo, foi atrás de um desses. Mas ele não imaginava que conseguiria um controle de tudo. Quando eu digo de tudo, é tudo.

Está brigando com a esposa? Simples, pause ela ou avance seu tempo de vida.

Doente? Avance o tempo de vida.

Muito trabalho? Avance o tempo de vida.

Congestionamento? Avance o tempo de vida.

Aos poucos ele foi avançando tudo que não lhe satisfazia. Só que o controle era programado para seguir um padrão. Então, como pular o congestionamento era um padrão, o controle pulava isso toda vez.

As brigas se tornaram padrão. Assim como pular as doenças. E, o padrão maior foi o de pular até conseguir uma promoção no trabalho.

Só que para pular um banho você utiliza 15 minutos, para um congestionamento umas duas horas, e para um promoção? Vários anos.

Com o padrão sendo utilizado, ele perdeu o controle sobre o controle. Toda vez que ele pensava em algo o controle agia sozinho, mesmo que esse pensamento não tivesse sido espontâneo.

O fato é que Newman pulou toda sua vida atrás das promoções. Conseguiu virar presidente da companhia, ganhou muito dinheiro, morava em uma mansão, ganhou tudo que poderia imaginar. Mas lá no fundo ele perdeu… perdeu o crescimento de seus filhos, perdeu sua esposa, perdeu seus pais, perdeu sua vida.

É óbvio que um filme de comédia não termina com “derrota”, se fosse eu o diretor, terminaria. Na vida dificilmente temos uma segunda chance. Newman teve.

Ele teve porque no final de sua primeira vida havia percebido que família é mais importante que trabalho. Que momentos são mais importantes que promoção. E que emoções são mais importantes do que dinheiro.

Newman precisou perder para perceber. Tomara que você não precise disso. Tomara que você entenda o sentido de tudo isso antes do final. Pois, como já dizia aquele famoso mafioso: “Um homem que não se dedica a família nunca será um homem de verdade.”

Não deixe de conferir.

Quando encerrar um ciclo? Friends ensina

Quadrinho não é coisa “só” de criança

Truman se libertou… e você?

Na Natureza Selvagem mostra o que é felicidade

Gênio Indomável mostra o medo de se relacionar