Pular para o conteúdo

Euro-Cine | Batman Begins

Homem Primata … Capitalismo Selvagem. (Titãs -1986)

Batman gera um enredo psicológico de recepção filosófica exaurindo o lado obscuro da mente humana, como uma síndrome de culpa e remorso, em ter que escolher entre a justiça, e o caminho sanguinário do justiceiro, sem o esmero cunho de ética a compor, uma rede de artimanhas, satisfazendo uma humanização da maldade, mas com uma pitada de vingança.

Não se trata de dar asas para uma tipologia de micro-poder, e sim a realçar o macro-poder da selvageria crítica, em se revestir de moralismo a uma sociedade hipócrita, que não acredita mais no poder das instituições e tem necessidade de uma representatividade metafísica, que venha compor seu mundo diário de fracassos.

A dor de Bruce Wayne pela morte trágica de seus pais, contém um pouco do viés dostoievskiano “ao qual a culpa, se transforma em castigo”, em ser um playboyzinho, preso ao conto de fadas marcado pelo intrépido capitalismo extenuante, frio, cruel, mas necessário para satisfazer suas vontades de menino mimado.

Gilles Deleuze (1925 – 1995) coloca “a morte do espírito de liberdade, no usufruto do materialismo, com um pouco agnosticismo” (1995), gerando a esquizofrenia, Wayne é doente por uma ordem que não vai mais voltar, um surrealismo na representação de um cinema misturando dramas pessoais, e fazendo do pessoal, algo coletivo para usurpar o descrédito no cumprimento da justiça.

Uma justiça que John Rawls (1921 – 2002) “esgarça como um relativismo cultural do direito bem praticado”, levando a palavra do relativismo a interpor uma subjetividade, visando vilipendiar um predomínio que delitos são interpretados não justamente por sua gravidade, e sim de uma forma que leve dentro de circunstâncias monoculturalistas de um reducionismo na apuração da verdade.

Batman é um “espectro” da indignação, do pecado sem arrependimento, da violência como um escampo de alegria funesta, não cabendo a sua imagem ser considerado como um guardião do bem, e sim a materialização de nossos piores pesadelos, ou da maldade como uma piada de práxis ética.

Seu álibi de conduta em um alvoroço de misturar sua dedicação a manter Gotham City livre, e com paz entre seus algozes, projeta um psicologismo de que já que não cabe a “justiça, promover a justiça”, então qualquer pessoa pode se vestir de negro e sair fazendo atos de perseguição contra criminosos assumindo o papel da polícia.

O “braço ou aparelho armado da burguesia” segundo as palavras de Louis Althusser (1918 – 1990), aqui fica mercê, da sua própria ineficiência de tomar conta de si mesmo, sendo os setores administrativos estatais, sediciosos por uma barganha a ser comiserado por uma somatização da criminalidade dentro de seus eixos existenciais em manter a ordem vigente.

Christopher Nolan (1970), no início de sua trilogia do “cavaleiro das trevas” permeia não a figura clássica do herói, e sim um anti-herói, que não resplandece de piedade, em usar de semiologias comportamentais agraciadas pelo seu lado sombrio, viril, ultrapassando regras em conservar o bem, mas tendo um cálido espaço de maldade em suas ações.

A versatilidade de Christian Bale (1974), em dar um lado mais humano ao “homem-morcego”, deixa um sentimento de ofuscação de bem-estar, para os civis, pois eleva o crescimento de laços intermitentes a uma construção personalística no semblante do vazio do dinheiro e do poder, e que o caos se faz um necessário valor para que sua existência esteja auspiciada de algum sentimento bom perante seus semelhantes.

Em “Batman Begins” há um forte trato em se constituir um sujeito “a- histórico”, que sirva de marco teleológico, e também contendo um lado de admiração, que não vire devoção.

A desconfiança reina a poluição mental, causada pela admissão do poderio da máfia de Carmine Falcone (Tom Wilkinson – 1948), que corrompe ao estilo dos gangsteres clássicos como “Scarface (1983) e Dom Corleone (O Poderoso Chefão, de 1974)”, surge uma efemeridade urbana, que almeja algum bem possível, mas que também mantenha um inconsciente coletivo da sujeição do indivíduo, as mazelas da bandidagem, devido à exclusão de políticas que venham a dar conta da massa de miseráveis de uma cidade portuária, recheada de traficantes e aproveitadores, e que emoldura o pecado como instrumento de formação mental, com uma semelhança voraz com “Sin City”.

Ao invés do atormentado “John Hartigan”, Wayne procura confrontar seus pesadelos como se metamorfoseando em uma arma letal, em aprimorar a frieza e astúcia, fazendo uma dubiedade, entre o seu lado sombrio, e a carência de um adulto que cresceu com a ausência de seus pais brutalmente assassinados.

Sem seu “alter ego”, Wayne também procura buscar algum tipo de valor espiritual, que esteja alicerçado a lutar, defronte ao um senso-comum do burguesinho vida boa, que vê o seu legado empresarial nas mãos de uma junta administrativa dominado por William Earle (Rutger Hauer – 1944), com o ideal de pulverizar o seu império, através da venda para iniciativa pública, das ações de suas empresas.

Bruce Wayne também tem seus lastros neurológicos, de realizar uma justiça perante a sua ação com pessoal de messias de uma cidade desvairada pelo pecado, submetida a regras e normas como todas as outras pessoas.

Os conflitos de personalidade são algo bem comum, durante a consolidação de Batman, como sendo um personagem, que o separa do playboy vida boa, e que venha a contribuir para arquitetura mental, em deixar o garoto riquinho, a se tornar um homem hábil nos negócios.

Ao conflito entre as iniciativas públicas e privadas pela venda do conglomerado de sua família, deixa claro que enquanto a maioria das pessoas são torturadas, pelos mais elevados nichos de aproveitadores, as lutas econômicas e sociais de um capitalismo se aproveitando, a vontade do poderio tecnológico e da lavagem de dinheiro da corrupção, vai gerando lacunas para que as pessoas comuns, ficam sendo um interessante placebo, de retroalimentação para nominalismo, de uma substancial, desencadeamento a atribuir, a falta de uma política descente, que vinha a olhar pelos mais humildes.

Tim Burton, em 1989, em seu filme sobre o Cavaleiro das Trevas já tinha deixado um “close” de lutas morais, entre os enlaces do poder civil, com uma classe de famigerados, que venham destacar a desordem como um caminho para um existencialismo, em não deixar morrer as responsabilidades de um vil julgamento em priorizar a igualdade, mas que também, que se afaste ao cadafalso, ao abuso, do heroísmo, sem fabricar uma paz que seja eloquente ao momento de uma situação viável para equilibrar todas as classes.

A máquina pública, como um espetáculo de conflitos de agentes domesticadoras do povo, e o próprio Batman, para ser Batman, necessita do fagulho de um suprimento de balburdia para que possa assumir como um símbolo des(esperança) para acabrunhar os fantasmas daqueles que são violentados pelo ímpeto inescrupuloso de uma Gotham, que não perdoa os mais humildes e fracos.

A lenda passa para um cunho de se tornar pesadelos dos pesadelos daqueles que geram pesadelos, e vira sonho para aqueles que perderam a capacidade de sonhar.

Nolan faz em Batman Begins, “as origens” de um neurótico herói, que procura não perder o afeto, mesmo diante a amargura em ter que cumprir com o seu destino, de viver no submundo da escuridão, em busca de um traçado ideológico que se faça deter na luta por uma superação do “seu próprio eu”, atormentado pela inescrupulosidade, em não distinguir o que pode ser certo ou errado, e ao atrevimento filosófico de não confundir seus conflitos interiores, como uma nova forma de assassinato, legitimado pelo legado de cumplicidade de James “Jim” Gordon (Gary Oldman – 1958).

O seu eterno preceptor e mordomo Alfred (Michael Caine – 1933 ), atua na contramão em frear o ímpeto devastador do herói, que “se perde em si mesmo”, em determinados momentos, não poupando usar da tortura, e em colocar a vida de inocentes em risco para chegar a um resultado de suas investidas contra o crime, se fazendo em determinados momentos uma própria ameaça à integridade das pessoas, assim como seus antagonistas.

Que gera uma mistura entre admiração e repulsa, na percepção de uma espiritualidade de liberdade de ação, de Batman.

Ra’s Al Ghul (Liam Neeson – 1952), uma mistura de ninja montanhês com “Dirty Harry”, treina Wayne nas habilidades marciais, durante um período de ostracismo de sua juventude no Extremo Oriente, na sua busca de compreender a mentalidade criminosa, elevando sua subjetividade em idolatrar um emblema de justiça, mas que também não deixa de conter um pitada, de sonambulismo da piedade, para aqueles que se encontram no caminho das hostilidades entre o bem e mal, mas fazendo do bem um rascunho, do que a maldade mais profunda pode causar danos irreparáveis, na tentativa de parar os prelados, a uma caridade de empreender uma igualdade para todos.

Cillian Murphy (1976) (Jonathan Crane / O Espantalho) é a imagem da ciência perversa, que não poupa se antevir a brincar de Deus, com quem quer seja, no intuito de levar a cabo todos seus investimentos, na procura, de métodos totais de controle da mente humana, ao qual extenua os piores traumas e pesadelos das pessoas, por trás de uma imagem amedrontadora de sua mascara, e o uso de alucinógenos, que causam danos cognitivos “praticamente irreparáveis nas mentes de suas vítimas”.

Usando de uma canção da banda finlandesa de metal melódico Nightwish (1996) Sleeping Sun (1998) (Eu desejo que esta noite dure por uma vida…) a noite do cavaleiro negro nunca tem um fim, ele próprio faz sua falta de luz, um provocativo sínodo de lapidação mental, nas nuanças, de um cumprimento do dever, mas que não perca no “Nostromo” de um insólito traçado de mesquinharias entre o respeito do heroísmo e a banalização, de uma alma pura, dormindo em não saber distinguir o que seja a falta de bondade, com o excesso de horror.

O curioso dentro os métodos performáticos que o anglo-americano Nolan proporciona, na caracterização de seus personagens, que se encaixam em uma trupe de atores britânicos, “Bale, Oldman, Caine, Murphy, Neeson”, propiciando um espaço de mensagem, em fazer um alarido à degustação de uma diatribe do rompimento da mentira do heroísmo, que promova a bondade sem conter um primado do lado obscuro, em se confundir os caminhos que pode ser classificado como certo ou errado, podendo oferecer várias tipologias de leituras, para uma aglutinação da eletricidade, do maniqueísmo de justaposições reflexivas constantes em cada momento de nossas vidas.

Julio Cortázar (1914 – 1984), em sua literatura sem ter uma lógica leitura consistente, explana o universo dos homens, “em um fogo interminável, em se manter aquecido, mas carente de chama”, nas interpelações dos súditos da rainha, fazendo um incêndio moral dentro a um ângulo de provocação e indignação do espectador.

A frieza, não pode ser um estrangulamento, da depressão ocasionada por um enclausuramento, de procurar algum caminho para a existência.

Mas qual existência?

Batman está sempre misturado a Bruce Wayne, e nunca consegue fugir do seu lado sombrio, e funesto, de jogos de poder, alucinados, por conter alguma universalização de igualdade, sem a heteronomia da maldade.

A luta para superar seu mestre Ra’ s Al Ghul, ou também para não ser confundido como um lunático de capa preta, que jura vingança contra e qualquer tipo de criminalidade, e que venha assim se tornar um assassino a preço fixo, e que não faça cair nas mazelas existentes entre a ideia de justiceiro como a do herói, é um dos grandes dilemas da personagem principal.

Kaite Holmes (1978) esboça a indignação durante o assassinato de Joe Chill no dia do seu julgamento (o criminoso que matou os pais de Bruce), como uma contramão psicanalítica entre o dever de se manter a lei, como uma potência de uma antropologia, em se fazer prevalecer a ordem, mas também que essa ordem não venha conter meandros de uma algoz burocracia que ocasione a liquidação de uma liberdade que esteja alojada ente o bem fazer, e a zanzar por uma viabilidade ideológica, em fazer a figura do herói uma simbologia da carnificina, que somente o espírito enrustido de Bruce, pode vir a conter um semblante de clamaria metafísica, pelo ódio constante que vai nutrindo perante uma Gotham assombrada por demônios, que ela mesma coloca na imagística de conter uma individuação, em beneplácito a um plano em colocar todos os cidadãos dentro do mesmo aditivo de subjetividade cultural como também a fazer do pecado um sentimento de repulsa para as boas regras que possam equilibrarem, tanto a bandidagem como o herói negro, com parentesco com o mamífero voador, “ícone místico  mundial do príncipe das trevas da Transilvânia”.

O vampirismo de Bale ao interpretar um Batman, que mistura frieza e dor, se diferencia de Michael Keaton (1951), que faz um certo tipo de bom  mocinho mecânico, que reluta inicialmente em cair nos braços de Kim Basinger (1953), mas que também não poupa nenhum desejo a prognosticar um ato de conquista perante o seu tipo de loira fatal com ar a Marilyn Monroe (1926 – 1962), algo pelo qual vai ser consumado com Michelle Pfeiffer “A Mulher Gato”  em “Batman O Retorno -1992”.

Bale é uma mistura da ética da justiça, com o desejo ardil por vingança, pelo qual nem toda a meditação e técnica de lutas e controle do espírito conseguem, amenizar o risco de envolver inocentes em suas loucas perseguições pelas ruas da cidade, colocando em risco as relações diplomáticas da lei e da ordem como também demonstrando um total descrédito por tratados de tolerância perante delinquentes.

O próprio Batman não deixa de ser um delinquente frente a conduta a outros heróis.

Seu sadismo, beira certo ar de loucura, na obsessão por prender e aniquilar as sombras criminosas, não importando que para isso tenha que passar por cima de quem for, levando a uma conjectura, de que a vingança esteja organizada para uma regra de arte, e um pouco de estabelecimento da maldade, pela se chegar a fazer o bem.

Mas o bem dentro de um universo do heroísmo, e que faz a imagem de Batman, a figura de um Édipo, organizada a dialética, do bem ou mal.

Jack Nicholson (1937), quando interpretou O Coringa, no filme de Tim Burton (1958), deixou uma pitada de que “nossos monstros são criados por nosso próprio sentido de uma vida que possa equilibrar benfeitorias entre o lado sombrio e o lado do bem”, uma “replica de mim mesmo” (Sonata Arctica – 1999), que faz a humanidade se salvaguardar a um lado negro como forma de integração entre variados sentimentos e ações que estão pautadas na canonização, entre a louvação do mal, para construir bem.

Bruce Wayne não se tornou mal, e sim seu ego é vitimizado por um hedonismo magistral, de uma conduta que não seja massificada, ou entorpecida, por um sínodo de comunicar a si mesmo, um roubo da subjetividade para se interrogar, a uma gnose, do vicio, em se procurar a realizar a justiça a todo custo, não preconizando o bem-comum e sim um capitalismo de emoções formadas no caminho, de construir, felonias de lutar contra um mal maior, que domina a sua mente, e leva a um retrocesso crítico, de vilipendiar a lisura do trabalho sujo, em nome da lei.

Uma lei, que não poupa uma compendia da bagunça, da carência em distinguir o que possa ser certo, mas que proclama um dividendo ideológico realizando em Gotham City, seu próprio arcabouço de julgamento, entre o ideal e o celestial, mas que organiza na figura do Cavalheiro das Trevas, um apocalipse dos limites, a uma luta incessante pelo bom funcionalismo dos bens públicos.

No íntimo de Batman, está concentrado um nicho de confusão mental, em distinguir entre o que fazer, e o não fazer, e usando das palavras de Lênin (1870 – 1924), o sangue derramado “de inocentes faz a totalidade dos objetivos conseguidos um valor maior”, não havendo margens para hipocrisia de elaboração de discursos com sangrias de piedade, explanados, na meritocracia somente por realizar o intuito de um crescimento moral, estagnado no pseudo discurso em se realizar o bem, sem ter pelo menos um pouco do lado sombrio, que assombra a mente de cada artifício  humano.

No começo de sua saga, Nolan ofereceu uma visão apologética de um “ser”, que se renova na crueldade de um mundo, que não perdoa atitudes que contenham um franciscano pleito, do que seja realmente constrito a nuanças de poder mitigar, o que podemos fazer pelo próximo, mesmo que esse próximo esteja dentro de um corpo, com espacialidades, a alimentar, uma frieza entre distinguir o empirismo, de uma representação social, esquemática de fantasias e a ilusão uma ditadura uma autoimagem psicodélica, em se esconder a cada momento, organizadas na interjeição da reinvenção do individuo como agente modelador de um semblante sociológico de bons atos para se chegar a um elogio da razão como prática de enxugar os preconceitos classicistas, angariados por uma elite branca capitalista industrial.

O Capitalismo pós-moderno a uma cidade com espaços esdrúxulos, que não fala a língua dos homens, e que através de um estilo comunicativo, explicita uma “persona non grata”, a uma ignorância material, camuflada, pelo dinamismo do luxo, ao poder, de uma erudição, ditando um modelo de grado intelectual hipócrita, indo contra o equilíbrio de corpo e mente, e priorizando uma higienização de conhecimento voltada para o heroísmo, com requinte de maldade.

Não se consegue respeito apenas pelas palavras, e sim há um primado, de ir contra a esquizofrenia de má sociedade que se esconde em si mesma, estornando admissões de um conformismo, mas que possua também a resistência, de construir um panóptico que não fique somente nas alterações de humor, mas sim que venha permutar o que pode ser feito, mas que ultrapasse pactos sociais, e crie novos pactos para um nível psicológico entre legitimação e vingança.

Um “V de Vingança”, de “um cinema mudo de valores”, em aterem-se os bons aos que contendo o preceito judeu “mor” (olho por olho, dente por dente), do Antigo Testamento, com um pouco do sadismo na elevação de parâmetros, a resplandecer a violência simbólica, e atuante em comiserar o bem, sendo um estereótipo da selvageria, de um aumento a confrontos lógicos entre o mocinho, que com uma pitada demoníaca, se infantiliza como sendo o detentor da verdade universal, e que assim entre em rota de coalizão, com seu próprio terror, mas é somente uma criança mimada, almejando a atenção constante.

Batman pode ser classificado como uma pequena dose, da teimosia que somos crentes, a carregar no nosso intimo protetorado, assumindo a uma não passividade da ignorância que se anuncia, a cada instante como sendo dependente de nosso medos mais profundos, e que venha transformar a revolta, em atitudes de uma dignidade não digna, flexibilizada na negociação de um chauvinismo intelectual, proclamando a idolatria a falsos heróis, para chamar a humanização concisa, que se faz presente a um vilão diário de nosso temores mais escondidos.

Busca em seus tormentos, trazer um plantel de satisfação em ornamentar, o sentimentalismo de uma ordem, psico política, que de conta da carência, “em se viver no mundo e de estar no mundo”, mas que não possui um mundo com claras definições, usufruindo de um “voyeurismo histórico”, que segundo as palavras de Pierre Bourdieu (1930 – 2002), “se utiliza da simbologia do errado, como um cânone que possa ter uma aceitação satisfatória de um surto ético, de benfeitorias, de não coagir o corpo por uma força do desejo dos limites, entre o certo e errado”.

O companheirismo de um psiquismo, em se cumprimentar a solidão, blasto para a ternura macabra, do uso da violência de maneira abrupta, para se chegar a um entendimento das dificuldades existenciais, do herói, em provocar a dor ao próximo, para ter suas frustrações sanadas.

O sadomasoquismo de Batman é uma mistura, de ingredientes filosóficos de “entes”, a uma lógica de vivencias, da velha tradição maniqueísta do mocinho e bandido, mas que não há uma diversificação de levar para o público, um tecnicismo de clareza de atitudes para um clivo do que pode vim a ser considerado, como algo a  ser santificado, como um ícone de amplitude intermitente, a uma “ação comunicativa”, realizando mudanças significativas, no “significante”, de ter recepção para o “eu lúdico” em interpretamos a cada momento, as falácias de provocações do lado sombrio que nos angaria com seu abraço sinistro, a cada segundo, sendo dono do tempo moral e espiritual de cada “ser – homo – sapiens”.

Dados Técnicos.

Batman Begins – Filme de 2005, com 2 horas e 20 minutos de duração.

Direção: Christopher Nolan.
Elenco: Christian Bale, Michael Caine, Liam Neeson, Gary Oldman, Morgan Freeman, Cillian Murphy, Tom Wilkinson, Rutger Hauer, Katie Holmes…
Ação – Suspense| Reino Unido – Estados Unidos

Sinopse: Marcado pelo assassinato de seus pais quando ainda era criança, o milionário Bruce Wayne (Christian Bale) decide viajar pelo mundo em busca de encontrar meios que lhe permitam combater a injustiça e provocar medo em seus adversários. Após retornar a Gotham City, sua cidade-natal, ele idealiza seu alter-ego: Batman, um justiceiro mascarado que usa força, inteligência e um arsenal tecnológico para combater o crime.