É inacreditável a quantidade de pessoas que não pegam um livro para ler, em meu ciclo de amigos, por exemplo, tem vários desses. Mas sei que esse retrato é nacional.
Trabalhei durante 4 anos em uma escola pública no estado de São Paulo, jovens entre 15 e 17 anos, lidava com cerca de 300 jovens diariamente, quantos pegavam um livro para ler? Dez, no máximo vinte.
Existiam alguns incentivos para os jovens, mas nada com tanto afinco como precisaria.
Quando falo isso, não estou mentindo, em uma pesquisa feita pela Retratos da Leitura, em 2016, ficou comprovado que 44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro. Fonte: Estadão.
Já tive meus 17 anos, odiava ler. Mas aqui vem um grande ponto, quando adquirimos consciência do que somos ou do que queremos ser, ler é fundamental. Não é mais questão de ser “inteligentinho”, é questão de necessidade.
Quando você consegue controlar seus atos, quando você sabe que tudo que você faz tem uma consequência, é hora de rumar para os livros. Em uma cidade pequena como eu vivo, é complicado encontrar espaços culturais, é complicado encontrar pessoas que vão lhe dar boas ideias, livros são a única saída.
Ler só vai lhe ajudar, seja em conversas informais ou em pensamentos críticos, seja para alguma reflexão ou para passar o tempo, seja para um concurso ou para não ser ludibriado facilmente.
Leia, leia, leia.
Mas eu não gosto, o que fazer?
Procure algo que combine com você. Puxe pelos filmes, você gosta do que? Romance? Drama? Heróis? Os temas são infinitos, assim como os livros. Eu, por exemplo, adentrei ao mundo da leitura graças ao Charles Bukowski. Durante dois anos eu consumi tudo que podia do velho safado.
O tempo passou, mas até hoje me pego lendo algumas frases dele. Talvez seja sua verdade, sem floreios, que me fascina.
Graças ao Bukowski eu comecei procurar outras obras, e fui encontrando muitas coisas boas e muitas ruins também, mas não importa, o que importa foram o que essas obras me trouxeram de bom. O que me trouxeram de conhecimento.
Ler é incrível, quando você nota está imerso dentro de uma história, com aqueles personagens, com aquelas vidas. Quando se nota o livro terminou, então se dá conta do que acabou de colocar para dentro, do quanto foi prazeroso ler aquelas 100, 200… 1.000 páginas.
Quando você nota, já saiu das histórias infantis e foi para algo profundo… quando você nota, aquela conversa de “tá quente hoje, né:”, já não lhe satisfaz, quando se nota, as redes sociais não tem o mesmo gosto, quando se nota, tudo fica mais fácil e mais difícil ao mesmo tempo.
Afinal, como dizia Gregorius, no livro Trem Noturno Para Lisboa: “Havia pessoas que liam e havia as outras. Era fácil distinguir se alguém era leitor ou não. Não havia maior distinção entre as pessoas do que esta”.
Não deixe de conferir.
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