Rio de Janeiro (especificamente Duque de Caxias), por volta do ano de 2013, um grupo de pessoas, incomodadas com a criminalidade, com a ausência de ações de forças militares e policiais, resolvem construir iniciativas, monta-se um coletivo para atuar em favor da cidade, reúnem-se diferentes super-heróis de remotas áreas de um lugar conhecido como Baixada Fluminense.
Seus poderes? Habilidades narrativas, elaboração de roteiros, composição de personagens, e uma grande energia mística conhecida por alguns como imaginação. Um ideal: Apresentar super-heróis que se relacionem com a realidade nacional, e resgatar partes importantes, porém escondidas, de regiões periféricas, como o Homem da Capa Preta, apelido do político Tenório Cavalcante.
As histórias ambientadas na Baixada Fluminense não discutem apenas “a jornada do herói”, mas, propõe críticas reflexivas, pautadas em recortes sociais que levam o leitor a se identificar com os momentos enquadrados. Com o lema: “Da Baixada para o mundo”, a Capa Comics representa um universo, de quadrinistas independentes, que circulam entre os diversos eventos de cultura pop que acontecem no Brasil.
Segundo a Capa Comics: “Por que alienígenas só invadem Nova York? Por que todo kaiju só visa Tóquio? Será que apenas Londres tem mistérios a serem desvendados? Por que o fantástico precisava estar tão longe? A falta de representatividade de nossos costumes, nossa gente e de nossa maneira peculiar de contar causos, fez com que surgisse a necessidade de se reapresentar a cultura a quem faz parte do quintal de casa e expandi-la a outros territórios utilizando a linguagem dos quadrinhos”.
Entre o repertório da Capa Comics estão as histórias: Sintomas do Universo, Detrito, Dimensão Baixada, Seu Joel e o Caçador de Monstros, Samba no Gibi, Jararaca e Ratinho, Poly & Pupkins e Onde Amarrar sua Jumenta. Os Quadrinhos podem ser encontrados em sua versão física, e na versão digital encontrados em Capa Comics
Além das ações que acontecem no universo das histórias em quadrinhos, a Capa Comics também desenvolve oficinas de quadrinhos, buscando suprimir a necessidade de oficinas populares de arte sequencial, potencializando talentos que nunca tiveram contatos com HQ’s, promove ações na Gibiteca Adail José de Paula, primeira gibiteca pública do Estado do Rio de Janeiro, e está envolvida com o projeto Gibizeira: Quadrinho para todos, uma feira de quadrinhos alternativos.
Levando em consideração toda a trajetória da Capa Comics, vale ressaltar a importância da construção de super-heróis nacionais, que dialoguem com nossas raízes, nossos mitos, e nossa história, que muitas vezes foi contada por “outros”, e que agora, surgem novos protagonistas, que pretendem colocar os “pingos nos is”, e mostrar uma realidade que antes era subalternizada e invisibilizada pelo mercado de midiático nacional.
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