“Stalker” possui elementos estéticos translúcidos, para um entendimento dos universos paralelos que habitam o “eu”, e também em como engendrar cunhos para um enlace de relacionamento entre a física, filosofia e psicologia e, claro, o cinema.
A mutação do ambiente, ao qual o espaço possui vida própria, gerando conflitos existenciais entre o imaginário e o certo, faz uma analogia mística de como a ex União Soviética possuía em suas conjecturas políticas, demarcações acerca de como fazer um “real”, complacente acerca de possibilidades de uma intervenção das atividades humanas em torno, do que possa vir a comiserar um sentido logístico, em como se comportar defronte o “desconhecido”.
O processamento de estranhamento que seus personagens fazem um do outro, dentro de figuras como o “professor o escritor e o químico”, deixa por, todavia, similitudes aos quais se veem dentro de arcabouços de arquétipos, aos quais não tem como fugir da “loucura”, sendo ela própria produto dessa melancolia em subsidiar a razão, para um cativo seixo de destruição da subjetividade.
As efemérides a uma cultura do medo levam, a um “estranhamento”, de um mundo cheio de mônadas a sobressaltar a natureza, e a tentar entender suas artimanhas em usufruto das piores ambições humanas.
Andrei Tarkovski (1932 – 1986) brinca com o espaço de afastamento entre o “certo e errado”, proliferando um prognóstico cético acerca de produzir elementos para uma comunicação entre os mais diferentes problemas que venham, a linear um sentido de afastamento psicológico, para uma maiêutica que produza efeitos em contestar o local ao qual vivemos.
As suas filmagens e tomadas feitas na Estônia, com suas ferrovias, fazem uma analogia a uma viagem substancial, aos taciturnos desejos de compreensão do “ser”, contendo um viés “heideggeriano”, de levar um conhecimento que possa estar além do seu tempo presente, e indo para simetrias de vértices de cobater um existencialismo mórbido, como também a uma redescoberta de lutar contra o “tempo”, sendo esse um estertor para agregar as mais antagônicas vivacidades em busca de uma ética de respeito por aquilo que a mente humana não domina.
Immanuel Kant (1724 – 1804) exala “a importância de uma mente, que seja aquém do seu eixo de raciocínio”, ou seja, que reproduza de forma “posteriori”, efeitos psicodélicos, para grupos humanos outorgados em uma gnose, de tangenciar argumentos que faça uma metafísica da virtude racional.
Dentro de um viés analítico contendo uma pitada de René Descartes (1596 – 1650), “uma metodologia de inteligência que não fique exclusivamente em dados e compreensão”, e sim faça de transposições informáticas, em um cunho de destruição do senso-comum, voltado para usar o “absurdo”, como um canalização intelectual a produção de novas diatribes de rompimento com bagatelas de doutrinação moral.
“Os Perseguidos” são personagens onipresentes dentro de Stalker, contendo analogias como sendo um espelho da incompreensão, da própria humanidade, entrelaçados aos perigos eminentes de cataclismas nucleares, da destruição da subjetividade, da loucura, ao distanciamento moral, da perda da juventude, e a destruição da inocência.
A sua singularidade ideológica está em fazer para o espectador, um conluio de informações, sobre a polivalência de estereótipos, contra o pragmatismo de usufruir a um sistema social, que não possa traçar caminhos de conduta, para ir além da matéria.
Freud (1856 – 1939) lançava dentro de suas teorias histéricas, “a importância de se enxergar racionalidade no irrisório”, ou seja, razão é acompanhada a todo momento pela loucura.
Uma loucura que produz vários filhos, em diretrizes de lapidação a uma mentalidade cíclica, e que também realize uma natureza humana que não contenha um local específico a se julgar como detentora do seu próprio destino, e eleve um caminho de esperança de que somos “perseguidos” a cada momento por um cunho de vida em sociedade, que não valoriza prognósticos para realização a uma mente ir além daquilo que se enxerga, e que não fique presumida exclusivamente ao campo do material, e sim a explanação não de que, o “ser humano” não possua limites, e sim que ele próprio seja seu limite.
O “transhumanismo” contra o “o humano demasiado humano”, mas sem conter o pessimismo de Nietzsche (1844 – 1900) e sim, o humano somente pelo homem, não há interferência de agentes históricos em prolongar uma transgressão de agressão do senso-comum, perante o sentido trágico da vida, por uma vida que a própria vida que detém a vida, e não os trajetos filosóficos e morais, para uma vida de maravilhas.
O “Alien” sociomoral indiretamente descrito por Tarkovski culmina em um barato existencialismo, bebendo do vinho do esquecimento, todavia esse esquecimento se encontra, nas pessoas, que não sabem que um “stalker”, não necessita conter uma materialização clara, e sim sendo fruto de um Deus, que prova a fé de seus filhos, através de armadilhas comiseradas na aceitação dos seus desígnios, como uma medicina de subjetividade, em torno a um “eu” que não conhece outro “eu”.
Tanto o professor e o engenheiro, são uma crítica a incapacidade da ciência em oferecer respostas para todas as rupturas espirituais e morais, que dentro do “balé de ursos de Moscou” se beira ao cataclismo do perigo nuclear, que ganha contorno posteriormente com a tragédia da Usina de Chernobyl, e até mesmo os eventos do Césio-137, em Goiana, durantes os anos de 1980.
Dentro as perspectivas da filosofia da ciência, Stalker, oxalá aos perigos, que uma falta de ética para o conhecimento, pode resultar em vetores terríveis de lapidação mental, como ao próprio senso de distanciamento moral, e do conhecimento do tempo mental e lógico, ao qual estejamos vivendo.
A coletivização faz uma massificação, a destruição da metafísica, em um destino de produzir ondas de fragmentos de subjetividade critica que vai ao contrário de um viés “einsteiniano”, ao quais as partículas de ondas eletromagnéticas ao invés de desafiarem as leis da física, ficam estáticas, no correspondente ao que seja a mente humana, assim os eventos da natureza vão perdendo aos poucos através da ação em sociedade, limitando a divagação de lastros sentimentais e morais, que possam atravessar a mediana linha de espaço do tempo presente.
Vejamos que ao longo das ferrovias que são enunciadas como uma analogia ao sentido do “homem procurar um a si mesmo” fazendo uma paráfrase com o psicólogo existencialista Rollo May (1909 – 1994), o filme faz analogias para um cunho de destacar, que nunca estamos completos, se fazendo jus e necessário sempre procurar alguma coisa para uma acoplagem da amizade como usufruto para o aguerrido progresso de aclamar a fúria natural do homem, que busca em todos os lados conhecer o desconhecido.
Uma cartasis de neurobiologia, ao qual a mente humana possa vir a produzir de tudo… Um tudo que é nutriente para os descaminhos da ação, e faz com que os raios ideológicos do stalinismo fiquem assombrando, a antiga União Soviética em vista do desastroso sentido de “pogroms”, extirpando a população de sua terra em nome de um paternalismo estatal macabro, que ceifou a vida de milhões de pessoas.
O medo está em cada momento como um ápice, aos prelúdios de uma desgraça moral, ao qual a própria humanidade é torneada por uma aclamação de devoção no jugo do nada, um nada eternizado pelo descaso que o “Professor”, sofre com a carência de uma solidez educacional, que vincule uma ontogênese política e faça uma reprodução sucinta de aprendizagens que esteja auspiciada a proliferar novas oportunidades de pensamento crítico para todas as pessoas.
Um “new crátilo”, a fantasia como artefato para uma comunicação, que realize uma imaginação sublinhada por empecilho a uma “contaminação” sem barreiras, em lutar pela conquista da existência individual que “cada ser possui”.
O limiar de “perseguição”, intrépida deixada diante os personagens, exala algo como um presságio metafísico de gnose, em uma paz, que não signifique o Estado Bélico, na tradicional luta entre exércitos, e sim que dentro a um circo apocalíptico, ocorra uma introspecção de sentimentos ao qual o ódio, extenua uma cosmovisão, do distanciamento da moral e do real, para o irracionalismo de carência a um mutualismo em compreender um “homo faber”, tanto espiritual como intelectual, que não fique preso, as suas anedotas escriturais, ou teóricas, e sim venha compreender o mundo que se apresenta ao seu redor, e que muitas vezes faz o estudioso enxergar apenas aquilo que seu consciente, assistindo por seu inconsciente, produz um sínodo de ilusão dentro de administrar um conhecimento que aponte procedimentos lúdicos para a barbárie.
Cornelius Castoriadis (1922 – 1997), dentro de suas “contemplações de um imaginário pluralista”, aponta que para as concepções de uma contemporaneidade de “divagação cultural” entrelaçada em gestores de relacionamentos humanos, entre pessoas, e não de ideologias e cenário políticos doutrinários, se foi necessário se chegar às alcunhas da bestialização como exemplos dos pseudos-comunismos organizados por elementos amórficos como o Partido Bolchevique e o Partido Comunista Chinês.
Tarkovski, não preconiza de maneira abrupta as mazelas políticas de um funesto Estado esquerdista, que camufla sua democracia através de ostentações tecnológicas, ou pelo rol de uma arquitetura organizacional burocrática, que produza um “para – renascimento”, outorgado pela deformação do “belo”, que ao invés de sensibilizar e despertar mentes, doutrina e dissemina o tecnicismo dentro de princípios a efervescência de opinião própria.
Eis uma questão própria que “Stalker” deixa no semblante intra – mental de cada indivíduo.
Não há perjúrios para a opinião própria?
Isso faz com que o “perseguidor” invisível, dentro do seu labor eloquente de revelar a “verdade”, tanto o assedia dor (stalker) como para o escritor ou o professor.
Ambos que atravessam a “Zona” podem estarem relacionados à imposição de limites de movimentações impostos aos escritores controvertidos perante um espaço geopolítico em limitar as frequências de relacionamentos na busca de adornar do pensamento filosófico.
A “verdade”, que impregna a carência a uma ciência que possa proporcionar vitalidade sentimental e mental, para todos os seres humanos, e que confunde a cabeça dos sábios, fazendo serem escravos, para uma ignorância, afluente como moedor de sacramentais adventos para um pragmatismo de atrofiamento da capacidade florescer intersubjetividades que não estejam concatenadas ao bem comum.
A “verdade” revelada em uma sala, com um futurismo sem diâmetros, de meandros semânticos para uma linguagem clara dos limiares, entre o “factual e o real”.
O “real?” Com realismo fabricado, nas desventuras cerebrais de um destino apologético na sintonia do pessimismo, contra o niilismo, de aglomerações a decodificar simbologias da destruição mental e moral que uma “história sem história”, faz brilhar uma miséria, que gera miséria de tolices do que se, julgam sábios, pensarem que possam ser um “stalker” suplantando seu poder perante um “outro” mais frágil.
O frágil é o próprio “stalker”.
Ele possui uma necessidade visceral de se fazer presente a cada momento, e também que seja notado, pois assim alimenta sua gama imaginária, para atentar contra liberdades universais para atender a um nicho cultural, a sintonizar, um lado obscuro dentro de seus alamos de individuação, sua fonte de influenciar suas vítimas, dentro de uma física psicológica de eternizar um clivo neurótico, ao qual “a perseguição” ou sua epistemologia existencial de perseguidor, está no cerni de uma permuta, em cofusão de espírito de alerta que as ambições humanas podem produzir ao longo do tempo.
Um Estado de alerta, contra um inimigo obscuro, que não se manifesta diretamente, mas está presente a todo o momento nos desejos mais sarcásticos e cruéis, que o conhecimento possa produzir, e ao mesmo tempo em que esse conhecimento possa libertar, ele também desperta um ethos, de fazer um reducionismo do homem, perante a um grau de importância com o próximo.
O “próximo ou o distante”, não são nada, somente um “stalker”, que possa vir ocupar “seu” lugar dentro da cadeia humana, deixando-o sem alimentos, sem a possibilidade de sobrevivência, ao qual possa ser apenas um “cão negro”, correndo pelos trilhos de um trem que nunca vai chegar ao seu destino, porém possuem em seus vagões todos os destinos da humanidade.
A imagem sombria do cão negro que os “três personagens” encontram no seu caminho subverte o andrajo bíblico, da “besta” que espreita as ações dos filhos de Javé e que conhece seus desejos mais íntimos, e que através da sedução do poder, faz se conhecer a similaridade entre ambos, pois cada um possui o “stalker” particular de suas vontades não realizadas.
Essa mistura entre um cunho científico, com um lado religioso faz uma penumbra ao qual ocorre uma amenização de culpa do homem perante as tragédias que ele mesmo impõe ao seu espaço mundano, o que obriga Deus a mostrar que a cada instante está observando os deleites de sua criação ao querer usurpar seu manto celestial, de terror das esferas de flexibilidades em relacionamentos entre o bem e o mal.
Um estelionato do tempo, em não ajudar o ser humano, e sim um aplauso ao consumismo nefasto a energias que não levam a nada, como uma massa de manobra da natureza que objetiva-se, a brincar de Deus com a humanidade, fazendo passado e futuro, dados, de um lançamento mortal contra as vontades alheias, mais profundas dentro do “eu” de cada homem.
Não há para Tarkovski, simetrias ente o bem e o mal, em um sentido de descrença da humanidade com um tom de Nietzsche, e sim o pessimismo, um alarido de flertar entre o certo e o errado, para aglutinar uma estética que produza uma cultura que realce as vitais similaridades entre o espaços de luz e escuridão.
A caridade, para usar algo ou uma coisificação do espaço tempo, contra princípios do envelhecimento, onde não haja mais apetrechos para lamúrias a um existencialismo não contendo uma carga exata do emocional, sem um garrido de subjetividade através de um prognóstico a fazer o homem ser dono do seu próprio sentido de vida.
Uma vida, onde não está alicerçado o amor, ou uma projeção neurótica da loucura coletiva, em dialogar com uma razão, que busca um cunho para sua própria razão.
As viagens no tempo são um caminho para o estereótipo de uma conjugação de neurotrasmissores que possam valer entre o certo e o errado.
Fiódor Dostoievsky (1821 – 1881) “dentro da figura decadente do príncipe Michkin”, coloca a questão da “idiotia”, como certame de não realizar as vontades humanas dentro do bojo do bem-estar do próximo, somos egoístas naturalmente, porque gostamos de conter uma síndrome de poder perante o outro.
No final da década de 1960, o regime soviético já começa extenuar uma abertura perante as sombras dos fantasmas stalinistas, que venham a extenuar, que ocorra uma renovação mental perante as terras do antigo czar.
Mas dentro da perseguição implacável de Stalker, um lúmen de assimetria em criar novas realidades, como a gerar a amizade, que possa nutrir uma condensação dos medos mais profundos, que se escondem nos mistérios de uma conduta, contendo um coeficiente moralista que possa dentro de nichos antropológicos corresponderem a um pensamento filosófico, que esteja nos preâmbulos socráticos de questionar e perguntar, mas tendo a essência do interrogar.
O tempo é uma interrogação sem o brio da lealdade, ele ousa fazer dos humanos um joguete dentro de suas concepções egoístas, a um “Carmelo” sânscrito pelo medo, a lutar pelos ditames, a transcorrer a putrefação do mal, em não saber as dádivas para quais caminhos procura ajudar, perante os desejos, mas terríveis de geração de soberba.
O espaço da “soberba” em ter a consciência que não basta às alcunhas do marxismo-leninismo ser seu messias, e sim um prognóstico de lutar contras as vaidades, em um banquete poético de fazer do cinema um caminho para interrogações acerca de como nos comportamos perante as psicoses mais brutais do animalesco e grotesco, e o convívio das vidas racionalistas diante o efêmero tempero de um “eu” sendo dominado por forças que mente não pode exercer o mínimo andrajo de sublevação.
Seguimos aos passos, de uma dialética de transtornos psicológicos, a lisura de uma admiração pelo desconhecido, sendo o “ser” o seu próprio principio de desconhecimento realçado a sua identidade espiritual.
Uma espiritualidade que impera em uma alma – russa, que busca delinear os “spectros” do Totalitarismo, mas com tripé (homem – sociedade – política), que possua átomos de renovação de princípios a uma psicanálise de sentimentos, contra um ‘desconhecido’, na justaposição de comportamentos morais, que sejam mecanizados pelo politicamente correto.
Dentro das ferrovias intermináveis que são outorgadas, como a fazer o homem alcançar um destino final, diante as mazelas geradas, por um arquiteto celestial, e um engenheiro infernal, o maniqueísmo combina, entre a decisão de querer ser usado, e ousar o semelhante em beneplácito próprio.
O perseguidor nunca dorme, ele gera rebentos, para uma jogatina sem procedentes, diante a inacessibilidade do homem, em aceitar suas limitações, e a conter o complexo de “Super-homem, com uma mistura de Batman”, em realizar traços do sonho, com a loucura, diante a incerteza de suas próprias atitudes.
Cineastas como Ingmar Bergman (1918 – 2007), Alan Parker (1944) e Steven Spielberg (1946), já mostraram a pequenez humana perante “as instituições criadas por ela mesma” (Parker), “o medo do desconhecido” (Bergman), e suas limitações perante outras criaturas da “natureza selvagem” (Spielberg), o curioso é que Tarkovski deslumbra uma menoridade humana perante a qual destino, ser tomado.
Uma junção de messianismo, com pessimismo, diante a qual “trilho”, escolher quando não há mais escolhas a serem feitas.
Buscar a longevidade, diante a clemência da individuação, deixando os sentidos em estado alerta, enrubescendo a linearidade, de uma história que não seja entre vencidos e vencedores.
Somos pequenos, quando há um lado fraco, mas para os fracos tem que haver a oportunidade de “redenção” como esgarça São Francisco de Assis (1182 – 1226) perante um coeficiente de cultura sendo, controlador e desconcertante.
O misticismo é uma característica singular na busca de novos atrevimentos mentais que possam dar uma sustentação para, um caminho de vida, que produza volúpia, de que a mente humana não está a mercê de todos os fatos, e sim acidentes podem acontecer no decurso de novas profilaxias de um respeito pelo desconhecido, que na inocência humana se tona conhecido.
Tarkovski revela uma Rússia, que sofreria com o pouco caso, em oferecer um conhecimento que seja cíclico e não contenha estereotipias, quanto a uma clara metafísica, de aprender de forma a uma “educação sentimental”, como cunhos de Flaubert (1821 – 1880), uma ciência da mente contra a ciência da loucura.
Uma loucura que não poupa devaneios para lapidar eventos de distanciamento do traquejo, ao ensejo de alienação da ação, com reprovação para a doação de caricias de ética e respeito pelo próximo.
O próximo, o outro, o semelhante, o eu ou você?
Não há uma lucidez dos trilhos, que caminhem entre “Os Três Viajantes”, de um futuro que jaz, é nossa própria realidade, vivenciando fantasias assustadoras, de tornear os desejos mais incongruentes de sanidade, para insanidade em ter todas as suas ambições concentradas em patamar de frequência em se administrar “vidas”, vítimas de sofrimentos brutais aguçada pela doçura em agastar novos protetorados teleológicos para uma história que não seja unicamente conceitual e sim factual.
O conceito não pode ultrapassar o fato, o fato faz com que cada um, esteja em circuitos sociais diferentes, lutando por seus desejos, independente do momento político que esteja vivendo.
No ano de seu lançamento (Stalker) a União Soviética começara a se envolver nos conflitos étnico-religiosos do Afeganistão, e mostrando que suas ideias expansionistas e bélicas, estavam a todo o vapor.
Sylvester Stallone (1946) encarnou um “stalker do Tio Sam”, ao enfrentar sozinho o poderio militar do Kremlin, em “Rambo III” (1988), isso reflete que a guerra, é algo que influi a um sombrio existencialismo da morte como intuito de vida para muitas pessoas.
Um “Imperativo Categórico” a um futuro sendo construído pelo gosto de sangue, de um amanhã banhado pelas adulações do “cavaleiro negro sem nome”, para um parnaso de espiritualidade, a cometer canibalismos culturais para a proliferação macabra da dialética de informação, e interpretação do espaço social ao qual se vive.
Viver, com a marca do controle do Estado, em fazer da verdade não uma condenação, e sim novos perspectivas, a um simbolismo de bajular candura de mutualismos morais, entre o homem e a sociedade, para um empirismo político, em outorgar, crescimento de pensamento filosófico perante uma “teoria da fantasia”, acobertado pela rachadura dos egoísmos em fazer da humanidade detentora do seu próprio pleito em escolher, aquilo que não pode ser escolhido.
Stalker é a “apreensão que somos ‘perseguidos” a cada momento, em faíscas de uma localização filosófica de atribuição de verdade, para colhermos missivas de vivencias, nas inconsciências coletivas, que somos um “eu”, com prolongamentos sinestésicos para um além-mental, tendo o astral para uma criticidade coletiva.
A transmissão de valores, não pode estar no deslocamento de pseudo-verdade encaradas pelas penúrias de fantasia em confiar plenamente na ciência ou na fantasia, e sim deter a remediação entre a loucura e a sanidade, produzindo, o relativismo de visões de mundo, que realizem uma cultura, que contenha a figura de desconfiar de sua genealogia, mas que saiba extenuar a argumentação como um fator de unir as mais variadas projeções de percepções diante os dilemas que a humanidade enfrenta.
Stalker, se apresenta como um vértice de comunicação a um cinema de memórias flutuantes, trabalhando contra as intervenções humanas nos destinos de cada homem, para um ceticismo como ornamento de vivencias para um antropo, de transformar natureza e a sociedade, contra um subterfúgio em conter explicação para tudo.
Esse “tudo” necessita do “nada”, para se converter em memórias a um agradecimento perante o “criador”, em subverter a desconfiança como prenúncio para se chegar aos desígnios, de verdade plena.
Stalker persegue Tarkovski, e a cultura cinéfila, suas indagações acerca, do “eu” é perseguido, e do que pode ser agraciado, um “stalker”, sempre será um legítimo, vigilante de perseguições, atrás da essência da humanidade, como detentor de seu destino.
Dados Técnicos.
Stalker – Filme de 1979, com 2 horas e 43 minutos de duração.
Direção: Andreï Tarkovski
Elenco: Alexandre Kaidanovski, Anatoli Solonitsyne, Alissa Feindikh…
Fantasia – Drama – Aventura | Alemanha Oriental – União Soviética
Sinopse: Em um país não nomeado, a suposta queda de um meteorito criou uma área com propriedades estranhas, onde as leis da física e da geografia não se aplicam, chamada de Zona. Dentro da Zona, segundo reza uma lenda local, existe um quarto onde todos os desejos são realizados. Com medo de uma invasão da população em busca do tal quarto, autoridades vigiam o local e proíbem a entrada de pessoas. Apenas alguns têm a habilidade de entrar e conseguir sobreviver lá dentro, são os “Stalkers”. Um escritor e um cientista querem entrar e contratam um stalker para guiá-los lá dentro. No caminho até o quarto, vão passar por rotas misteriosas e muitas vezes, mutáveis.