50 anos é uma vida. Talvez você nem tenha isso, talvez você não tenha nem metade disso. Então, o entrevistado de hoje tem esse tempo dedicado ao desenho.
Sem delongas…
1 – Como você mesmo diz, já são 50 anos de desenho. Mas como começou tudo isso?
Começou quando eu tinha 6 anos de idade, minha mãe me dava papel e lápis e pedia para desenhar, aos 8 eu já tinha meu caderno de desenho com histórias de Cowboy.
2 – Você teve algum artista que influenciou seu traço?
Muitos! No início Will Eisner e Jack Kirby e ao longo da carreira, muitos outros.
3 – Portela, como surgiu a ideia de criação do Super-Gay?
Foi uma encomenda do Faruk (Grafipar), que me pediu para criar algo parecido com o Capitão Gay (Jô Soares), daí, criei o Super-Gay.
4 – É verdade que ele só teve uma história publicada porque recebeu um processo do Jô Soares?
Não. Até onde sei, nunca houve um processo! O que me foi dito é que o Jô havia ligado pro Faruk, pedindo que parasse com essa revista porque ele iria lançar o Capitão Gay em quadrinhos, e o Super-Gay estava atrapalhando.
5 – Décadas e décadas de trabalho, como você enxerga a evolução do quadrinho nacional nesse tempo?
Foram etapas que marcaram um círculo. Mas, os quadrinhos aqui no Brasil, que sempre mantiveram um espaço, que aos poucos se expandiu, foram os independentes, que como todos sabem, existiam como “fanzine”, mesmo antes de me tornar profissional. Aliás, foi neles que comecei.
6 – O que ”Ecos da Vida” representa para você?
É um tema que foge dos que eu sempre trabalhei. Não se trata de “temas de terror”, mas de fatos sem respostas objetivas. Como o cenário é nordestino, gostei disso.
7 – Iaser, Xanadu, Rex, Kid Sepultura, Guardião Noturno… enfim, são vários heróis que você criou. Você tem alguma paixão especial por alguns deles?
Entidade zero, Xanadu e o Laser, embora tenha sido criado pelo Itamar Gonçalves, o Laser teve um desenvolvimento inserido por mim e apoiado pelo Ita. Entidade Zero ½ do Fim, por ter cenários cujo os fluxos do tempo (que mudam em cada quadro, mostrando cenários diferentes) acontecem. Xanadu, por ser Elemental.
8 – Jogo rápido. Personagem nacional preferido?
A Múmia e o Lobisomem, ambas desenhadas pelo Sérgio Lima, com roteiros do Gedeone. Estas revistas me marcaram bastante.
Filme preferido?
Blade Runer.
Melhor história em quadrinho que leu?
O álbum do David Mazzucchelli, Asterios Polyp.
Melhor livro?
Crônicas do Gelo e Fogo.
Escritor que admira?
George M. Martin.
9 – Para fechar. Quem é Watson Portela?
Um cara que fez tudo o que tinha que fazer, com muita dedicação e carinho. Que agradece por cada um que apreciou o que fez, mas que encara toda essa trajetória, como um operário de algo que foi realizado para que as pessoas sentissem empatia pelo que foi realizado. Agora, Watson Portela é uma pessoa que agradece a Deus, por poder responder pessoalmente, a todos.
Portela, o HQ’s com Café agradece o tempo concedido. Desejamos sucesso nessa sua caminhada.
Imagens retiradas do blog do Watson Portela.
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HQ’s Entrevista | Altemar Domingos (Jaguara)