Não ousaria dizer o que sinto… mas delinearia em mentir…
Não ousaria dizer o que me faz falta… mas delinearia em provocar carências…
Não ousaria pular em meus precipícios subjetivos… mas delinearia em falas de minhas lacunas mentais…
Não ousaria filosofar plenamente… mas delinearia em “ser” serenamente eu plenamente…
Não ousaria em fazer da maldade um meio de vida… mas delinearia em fazer, sem ter a quem…
Não ousaria em ser socrático… mas delinearia em ser schopenhaureniano…
Não ousaria em imitar o super-homem… mas delinearia em me camuflar de “cavaleiro das trevas”…
Não ousaria em praticar a caridade… mas delinearia em me tornar caridoso…
Não ousaria ser “pop”… mas delinearia ser “populacho”…
Não ousaria fazer minha própria história… mas delinearia em fazer parte da história dos outros…
Não ousaria ser romântico… mas delinearia em me tornar quântico…
Não ousaria em dizer que gosto… mas delinearia que vou ficar…
Não ousaria em me intrometer… mas delinearia em me envolver…
Não ousaria em ser água… mas delinearia em me transformar em vapor…
Não ousaria em ser rio… mas delinearia me tornar oceano…
Não ousaria experimentar… mas delinearia em saciar…
Não ousaria beijar… mas delinearia em abraçar…
Não ousaria em elogiar… mas delinearia em bajular…
Não ousaria em dar chances… mas delinearia em oferecer oportunidades…
Não ousaria em replicar… mas delinearia ser replicante…
Não ousaria acentuar minha espiritualidade… mas delinearia em me tornar espírito…
Não ousaria corresponder minha subjetividade… mas delinearia em ter unicamente objetividade…
Não ousaria em ler… mas delinearia em escrever…