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HQ’s Entrevista | Lorde Lobo

“Arte educador por formação, jornalista ilustrador por profissão, quadrinista por paixão”, é assim que Ale, ops… Lorde Lobo se define. Com diversos personagens criados, o artista varia entre o mundo infantil, juvenil e adulto com a mesma qualidade.

Então…

1 – Lobo. Como surgiu a ideia de criação do Penitente?

Considero este personagem um verdadeiro presente de Deus. Isso porque não tive que fazer nada para criá-lo! Era final de 2006 e eu estava indo para casa de meus pais quando, na frente do cemitério pelo qual passava todos os dias, comecei a ver, literalmente, um filme em minha mente! Depois foi só chegar em casa e anotar tudo! O que vi virou o roteiro da primeira aventura, da primeira edição da revista dele, lançada só em janeiro de 2008.

2 – Conte um pouco sobre sua origem e poderes.

Ele era filho de uma família muito pobre. Quando tinha apenas 3 anos de idade, foi retirado de sua família (pai, mãe e dois irmãos foram mortos). Desde então, passou a ser treinado para se tornar um eficiente assassino profissional. Ele se tornou mestre em diversas modalidades de luta, é perito em armas brancas e explosivos e é um exímio atirador. Além disso, teve uma rígida educação e fala cinco idiomas, o que possibilita se infiltrar em praticamente qualquer ambiente. É capaz de executar suas vítimas de forma extremamente brutal (como explodindo um avião lotado, só para abater seu alvo, sem se importar com as vítimas inocentes) ou sendo muito sutil… isso vai depender do que estiver especificado no contrato.
Tudo mudou quando ele foi contratado para matar o Papa João Paulo II, fazendo parecer uma morte natural. Para isso, ele precisou se disfarçar de bispo e estudou a fundo a religião católica. Pela primeira vez na vida ele mergulhou em uma doutrina que pregava o amor e o perdão. Apesar de ter cumprido com sua missão, ele nunca mais foi o mesmo e passou a duvidar da necessidade de seus atos. Isso incomodou tanto a agência para a qual trabalhava que o mataram (mas, como matar o maior assassino profissional do mundo? Ahá! Um dia eu conto isso, em uma HQ). Ao morrer, uma entidade se apresentou a ele como sendo o próprio Deus e lhe fez uma proposta: pagar uma penitência, que diz para ele “voltar ao mundo dos vivos, ainda que em seu corpo morto e salvar setenta vezes sete vezes o número de inocentes que matou em sua vida de assassino” (resultando na equação 70 X 7 X N) e, ao mesmo tempo, mandar alguns seres de volta pro Inferno. Ao aceitar a penitência, saiu do túmulo – depois de ter ficado apodrecendo por 3 dias – e partiu para sua nova missão: salva vidas, para salvar sua própria alma

Penitente (arte de Helcio Rogerio e cores de Lorde Lobo).

Poderes: Além de continuar contando com suas habilidades de luta, agora ele é um zumbi, portanto, não pode ser morto. E por estar condenado a vagar sobre a Terra até cumprir sua missão, por mais que seus corpo seja atingido, ele volta ao estágio em que se ergueu do túmulo, numa espécie de regeneração. Além disso, ele conta com uma pistola que foi carregada com o “sopro divino”, tornando sua munição infinita e com uma lâmina que foi afiada pela lambida da entidade que disse ser Deus, tornando a lâmina capaz de cortar até espíritos.

3 – Se acessarmos seu site vemos as histórias dos personagens secundários do Penitente, que não são poucos. Também é possível notar que os personagens são bem desenvolvidos. Podemos afirmar que criar o Penitente “foi fácil”, que o complicado foi inserir essa quantidade de personagens? Ou a criação do herói é mais complexa?

É mais ou menos por aí mesmo, pois como falei acima, a criação do Penitente me veio em um filme mental. Depois do Penitente, o segundo “personagem” que criei foi a sua cidade, Nova Virtude, onde a maioria absoluta de suas aventuras se passarão. Em seguida, começaram a vir os demais. E tem muitos que ainda não revelei lá no site.

4 – Sabemos que além do Penitente você conta com o Topman, um herói cômico. Também é de sua autoria a turminha do Lipe. Como você consegue transitar entre essas histórias que envolvem temas adultos, cômicos e infantis?

Olha, acho tranquilo lidar com estes três universos gráficos, justamente por serem direcionados a públicos distintos: infantil, juvenil e adulto. Para lidar com cada um deles, eu simplesmente entro em suas dimensões.

Topman.

5 – Aproveitando. Conte um pouco da origem do Topman e da turminha do Lipe.

O Topman é o meu primogênito. Gosto muito dele. Ele é o quinto elemento da natureza: terra, fogo, água, ar… e homem, o homem supremo. Por isso o seu nome ser Topman. Ele é uma espécie de bateria viva, sendo alimentada pelo próprio universo (no caso, o Topverso). Ele acumula tanta energia em seu corpo, que seu peito e membros superiores chegam a ser desproporcionais. Apesar de todo o seu poder, ele é uma pessoa muito amável, gentil e amigável, que acredita que o bem sempre vencerá o mal.

O Lipe eu criei por uma questão profissional: o jornal onde eu trabalho queria criar um caderno semanal infantil e precisava de um personagem para funcionar como seu mascote. Para chegar no seus visual, me inspirei em meu afilhado, que, na época, tinha uma franja que quase cobria seus olhos. E ele acabou se tornando o personagem com o qual mais trabalho.

6 – Você nutri uma paixão especial por algum deles?

Nutro uma paixão especial por cada um destes três personagens principais… não sei dizer de qual gosto mais.

Lipe.

7 – Lobo. Qual a sua visão sobre o atual cenário de quadrinhos no Brasil?

O cenário atual se mostra bastante promissor, com muitos títulos sendo lançados, principalmente por meio destes sites de investimento coletivo. Eu mesmo, já investi em diversos projetos gráficos, graças às recompensas oferecidas. Tem muito material bom sendo lançado! Tanto que é impossível acompanhar e comprar tudo que sai! Por um lado, isso é bom, por outro ruim, pois queria poder ter tudo! (risos)

8 – Quem é Lorde Lobo e como surgiu esse nome?

Costumo me definir assim: “Arte educador por formação, jornalista ilustrador por profissão, quadrinista por paixão… este sou eu!”.
O nome surgiu de uma brincadeira que me fizeram. Meu apelido começou como Lobisomem, diminuiu para Lobo e, quando trabalhei no Banco do Brasil, um colega me disse: “Agora que trabalhas lá, não és apenas um mero Lobo, mas um “Lorde Lobo” (se referindo ao salário que eu ganhava, o qual ele achava que era alto). Gostei do som dos dois “L” e passei a adotar como nome artístico.

9 – Deixe todos os seus contatos para galera.

Ah, legal! Vamos lá:
Site: www.lordelobo.com.br
E-mail: [email protected]
Facebook – Lorde Lobo Estúdio.
Facebook – Penitente.
Facebook – Topman.
Facebook – Lipe.

Lobo, o HQ’s com Café não tem palavras para agradecer pela oportunidade, desejamos que você obtenha todo sucesso do mundo. Se você quiser deixar algum recado, essa é sua hora.

Puxa vida! Eu que lhes sou imensamente grato pela oportunidade de falar sobre meus personagens, de divulgar meus espaços virtuais, enfim. É sempre bom bater um papo com quem gosta de HQs, ainda mais, quando o assunto são as brasileiras!

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