Você já ouviu a expressão “snuff”?
Pois bem, esse termo surgiu na década de 70, ele é referente aos filmes que mostram assassinatos reais sem efeitos especiais. O foco passa longe de ser “só” para distribuição e entretenimento. Esse gênero é usado para exploração financeira e para realizações de desejos sexuais.
Vídeos amadores rodam pela internet com torturas e mortes, em seu grupo do whatsapp você já deve ter recebido algum vídeo de alguma pessoa sendo torturada ou morta. Comercialmente fazer isso é impossível, temos como caso super famoso o filme “Cannibal Holocaust” (produção italiana de 1980). O diretor Ruggero Deodato ficou detido até provar que os atores do filme estavam vivos. O filme sofria acusação de ser um filme snuff.
“Eu não fui preso. O juiz me sentenciou a quatro meses de prisão, mas, claro, eu não passei um único dia atrás das grades”, afirma Deodato, em entrevista por e-mail ao G1. Não se pode dizer que o tumulto foi inesperado. Havia, por exemplo, esta cláusula no contrato dos atores: depois do lançamento do filme, eles deveriam desaparecer durante um ano, para reforçar a impressão de que estavam mesmo mortos. “A ideia foi minha. Eu pensei que isso poderia ser uma operação de marketing inteligente, e toda a equipe de produção concordou comigo, na época.” – Fonte: G1
O diretor conseguiu comprovar que sua equipe não foi morta, mas, em contrapartida, os abates de animais no filme são reais. Isso causou sua proibição na Itália, Reino Unido, Austrália e outros países. Os animais depois de abatidos foram repassados para os nativos da região (longa foi filmado na Amazônia) para servir como alimento.
Se até o mais famoso dentre os filmes conseguiu se livrar das acusações de assassinatos, qual a razão desse termo ser tão popular?
Tudo começou no ano de 1969, o serial killer Charles Manson, e alguns seguidores, fizeram um massacre pelos EUA (a atriz Sharon Tate foi morta nesse massacre que ficou conhecido como: Caso Tate-LaBianca). Vários boatos de que Manson tinha filmado as mortes saíram.
Em 1972, o filme Blaxploitation “Slaughter” foi rodado. Nele alguns crimes foram baseados no Caso Tate-LaBianca. Como era de se esperar, o filme foi um fracasso.
Cerca de três anos se passam, Allan Shackleton, um distribuidor de Nova York, tem a “brilhante” ideia de fazer um novo final para o filme. Quatro minutos são adicionados com uma suposta equipe técnica, eles começam torturar uma atriz até a morte, a filmagem para, o áudio continua e alguém pergunta se tudo tinha sido filmado.
O filme com esse acréscimo acabou sendo lançado com o nome de “Snuff – Um filme que só poderia ser feito na América do Sul… onde a vida é BARATA”. Lógico que depois disso o longa explodiu e foi um sucesso. O caso foi investigado e só foi arquivado quando a “atriz morta” deu uma entrevista para alguns agentes do FBI.
Embora existam milhares de vídeos que mostrem mortes reais, a indústria de filmes “snuff” ainda é vista como uma lenda urbana.
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