Filme de 1954 com 1 hora e 21 minutos de duração.
Sinopse: O motorista Caireles e o condutor Tarrajas descobrem que serão aposentados. Chateados com o fato, embriagam-se numa festa natalina na vizinhança. Encorajados pela bebida, vão a uma garagem de bondes e apoderam-se do bonde 133, com alguns passageiros.
Opinião com Café.
O longa dirigido por Luis Buñuel é considerado um dos melhores do diretor espanhol (naturalizado mexicano). Na trama temos Tobías Hernández ‘Tarrajas‘ (Fernando Soto) e Juan Godínez ‘Caireles‘ (Carlos Navarro). O primeiro é motorista e o segundo condutor de uma companhia de bondes.
Tudo começa quando o bonde 133 quebra e os mecânicos não conseguem concertar. Tarrajas e Caireles assumem o papel de mecânicos e concertam o bonde antes do prazo previsto. O grande problema é que o responsável pela companhia dá o maior esporro ao descobrir o feito da dupla, e ainda por cima manda destruir o 133.
A dupla, desiludida com a vida, resolve encher a cara em uma festa natalina que estava tendo, e tomados pela coragem da bebida eles pegam o bonde para dar uma última volta. A situação que já era nonsense fica pior quando alguns passeiros embarcam nele.
Apesar de ser considerado um dos melhores filmes produzidos por Buñuel, não foi possível notar tanta qualidade, por isso iremos dividir o filme em duas partes.
Começando das mise en scènes, os planos de câmeras quase não variam. As atuações são idênticas. Todos os personagens tem um mau humor exacerbante, todos fazem a mesma coisa, são mal-educados, se irritam por nada e fazem as pazes no diálogo seguinte. Trilha sonora não te cativa, os efeitos visuais não existem e as falas são todas simples.
Em certa altura é cômico ver as repetidas atuações. Porém o que te prende no longa é o retrato da sociedade da época. Temos o poder, no caso aqui, a companhia de bonde. E o resto são todos operários. A pobreza é gritante e a falta de cultura também.
Em um ponto vemos algumas pessoas brigando por um “simples” saco de milho, em outro vemos que um rapaz apaixonado comprou um automóvel para impressionar a mulher amada.
Pior que toda pobreza e falta de informação é o personagem Papá Pinillos (Agustín Isunza), o típico puxa-saco. O nível de sua arrogância é maior do que os dos outros personagens, sua atuação é um pouco mais “divertida”. Ele é o “vilão” do longa, sua atuação é tão caricata que acaba tendo alguma comicidade.
O longa que é considerado uma comédia-dramática não te fará rir em momento algum, no máximo um risinho do canto de boca é o que ela pode te tirar. O drama é bem maior, graças a pobreza, lógico. Mas poderíamos dizer que outro gênero pode ser adicionado ai, o da fantasia.
Nota 5.