Texto de: João Marcelo Simão Castro
Pensei muito em como começar a falar sobre games, e acho que a melhor maneira é lembrar de algo que remeta a nossa infância. E quando se fala em infância, a primeira coisa da qual me lembro é Crash Bandicoot.
Por passar boa parte dessa fase infantil morando em um apartamento, acabei tendo meu primeiro vídeo-game em 2004 aos 4/5 anos de idade. Naquela época, a febre do momento era o PlayStation. Logo peguei a manha do console, e após vários jogos de corrida, futebol e alguns de aventura, veio “Crash Bandicoot“, aquele jogo de plataforma capaz de me fazer rir e me prender, mesmo sem entender inglês, isso graças à aventura e comédia vista e jogada em tela.
Deixando um pouco de lado todo esse sentimentalismo, a jornada de nosso Marsupial (ou Bandicoot) preferido começou em 1994, desenvolvido pelos criadores da NaughtyDog, Andrew Gavin e Jason Rubin. É interessante citar que os desenvolvedores pretendiam chamar Bandicoot de Willy Wombat (e ainda bem que essa ideia foi descartada xD). Em 1995, a Sony tomou as rédeas do projeto e passou a ser a distribuidora oficial do game, pouco tempo depois, veio o anúncio ao público na segunda edição da E3 de Los Angeles.
O game foi definitivamente um sucesso, conseguindo vender 500 mil unidades no Japão, tornando-se o primeiro jogo não-nipônico a conseguir sucesso comercial no país. Não demorou muito para Crash se tornar o carro chefe da Sony e começar a bater de frente com grandes nomes da indústria daquela época, com direito à comerciais na TV “ tirando uma”com a Nintendo, sua maior concorrente até então, com frases como: “Hey Encanador Bigodudo, adivinha quem voltou? Isso aí, o seu pior pesadelo.”
Por esse caminho, em 1997, e mais uma vez pela NaughtyDog /Sony, temos Crash Bandicoot 2 – Cortex Strikes Back (sentiu essa referência a Star Wars?). Esse novo jogo se passa em uma WarpRoom de 6 andares, sendo que 5 deles são de passagem obrigatória e, ainda, mais um andar secreto. O interessante disso tudo é que cada Warp possui um tema. O terceiro andar possui um tema meio eletrônico, se passando em uns esgotos e possui as melhores músicas do jogo. Esse conceito de fases foi completamente diferente de seu antecessor que ficava na fictícia Ilha Wumpa.
Cortex Strikes Back teve uma ligeira melhora em seus gráficos com relação ao primeiro jogo, e até hoje quando pego ele pra jogar não consigo sentir grandes mudanças na gameplay, porém, após uma jogatina de algumas horas as fases começam a ficar repetitivas e o chefes começam a ficar fáceis de enfrentar. Todavia, isso não impediu o sucesso dessa continuação, entrando na lista de mais vendidos do PlayStation e ultrapassando seu antecessor em vendas no Japão, com mais de 800 mil cópias vendidas. O melhor, porém, ainda estava por vir.
A terceira aventura de Crash foi lançada em 1998, feito para concorrer com The Legend of Zelda: Ocarina of Time, e Crash Bandicoot 3–Warped cumpriu bem seu papel, aclamado pela crítica que novamente elogiou toda sua produção e qualidade técnica. E claro, como de costume, bateu mais uma vez seu recorde de vendas no Japão se tornou o primeiro jogo estrangeiro a vender mais de um milhão de unidades no país. Crash Bandicoot 3: Warped vendeu cerca de 5,7 milhões de unidades em todo o mundo, sendo 3,76 milhões de unidades nos Estados Unidos e 1,4 milhões no Japão. Isso fez dele o nono jogo de PlayStation mais vendido de todos os tempos, Lembrando que juntos, PlayStation 1 e 2 foram os consoles com mais jogos pirateados na História.
Esse novo Crash tinha uma variedade incrível de fases. Ao todo são 30 níveis, mais uma WarpRoom secreta, na qual você só habilita coletando um certo número de relíquias. Assim como em Cortex Strikes Back, as WarpRooms possuem temas, como: Idade Média, Pré História, Oceano Pacífico, China, Antigo Egito, a Rota 66 dos EUA, o Futuro, Arábia, a Primeira Guerra Mundial, dentre outros.
Sem dúvidas, Crash Bandicoot foi uma franquia muito presente durante toda minha infância, tive o prazer de acompanhá-la desde seu primeiro jogo até o último lançamento para PlayStation 2. Agora, com a confirmação do retorno da franquia para os consoles da Sony e após uma espera de oito anos, a ansiedade dentro do coração ressurge ao poder jogar novamente esse clássico que conquistou uma geração, e fica a esperança de que esse retorno não se limite apenas a uma remasterização.
Não deixe de conferir.
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