Alguns filmes te fazem sentir repulsa e ódio da humanidade. Confiar é um deles.
Na trama somos apresentados a Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener), eles são um típico casal americano, trabalham, saem com os amigos e criam os filhos com o maior carinho, um “casamento perfeito”, mas com o crescimento de sua filha do meio as coisas começam ficar complicadas.
Annie (Liana Liberato) é uma adolescente que se diz incompreendida pelos pais, como solução para tapar essa carência ela começou fazer alguns amigos virtuais. Um desses “amigos” começou a se destacar, aos poucos foi ganhando confiança, por se sentir tão “segura” conversando com esse amigo ela resolveu marcar um encontro, o que ela não esperava é que esse novo “amigo” era um pedófilo, a partir desse momento a vida de Annie e de sua família muda para sempre.
O tema tratado aqui no filme é tão complexo, que você acaba deixando de lado algumas atuações medianas e alguns furos no roteiro, não que isso estrague a trama, pois temos Liana Liberato para salvar tudo e dar um show interpretando Annie, nela você vê a ilusão de uma criança que se deixa levar por um amor virtual.
O assunto principal não envolve atuações, trilha sonora ou final feliz, pois quando acontece algo desse tipo, o “final” nunca será feliz, na realidade você acaba não prestando muito atenção nesses itens, só imagina que isso possa acontecer com alguém da sua família.
Confiar é um tapa na cara da sociedade, ele mostra como um pai dá muito valor a seu serviço, deixa de lado os filhos, e não percebe que sua filha está sendo iludida por um monstro, afinal, não tem outra palavra para descrever tal pessoa, ainda mais quando o FBI entra no meio da trama para mostrar casos parecidos, nesse momento você percebe o quão podre um ser humano pode ser.
Eu sei que é “só um filme”, mas você sabe que isso ocorre todo dia, e que não tem nada que se possa fazer, se não sentar com seu filho e mostrar esse triste filme, afinal, nunca sabemos do que uma pessoa é capaz, e essa pessoa pode ser qualquer um, seu vizinho, seu professor, seu patrão.. ou até mesmo você.