Better Call Saul chegou ao fim de mais uma temporada, e falar dessa segunda temporada sem citar Breaking Bad é praticamente impossível, primeiro porque ela é um spin-off da série, e, segundo, porque Vince Gilligan está colocando muitas referências de sua antiga série.
Não que isso seja ruim, a sensação de ver o cartel em ação e todos aqueles personagens já conhecidos é demais, porém tem horas que Better Call Saul não caminha com as próprias pernas, em alguns momentos ela é puramente Breaking Bad.
Esse é o único ponto ruim, pois estamos vendo Jimmy McGill virar Saul Goodman, e temos a sensação de já ter visto isso com Walter White, lógico que mantendo as devidas proporções, em uma tínhamos um professor que fazia tudo certinho, em outra temos um advogado que não faz tudo certo, mas que tenta, e sempre é atrapalhado por seu irmão mais velho, Chuck.
Chuck, por sua vez, hora é vilão e hora mocinho, assim como o próprio Jimmy, ele começou essa temporada como vilão, passou para mocinho e agora para vilão novamente, com isso Gilligan produz um cenário que muito se parece com a vida real, pois também somos vilões e heróis, hora somos Walter White e hora Heinseberg.
O drama inserido é muito bom, mesmo que em alguns poucos momentos ele se torna meio arrastado, mas para todo momento arrastado temos Mike, um caso a parte, sua história com Jimmy ainda não se cruzou totalmente, o que eu acho excelente, o personagem do Jonathan Banks é tão bom que ele merecia uma série solo. Sua inteligência e frieza é admirável, assim como seu “código de ética”.
Em um contexto geral, Better Call Saul caminhou bem, e ao mesmo tempo que comparamos ela com Breaking Bad nós não podemos compará-la com a antiga série, pois isso seria algo muito injusto, cada uma tem sua história, a primeira já encerrada foi magnífica, a melhor que eu vi, a segunda vai bem, não consegue manter o mesmo nível de sua antecessora, mas até o momento não deixou a desejar.
Nota 8.5