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Opinião com Café | Bando de Dois

Autor: Danilo Beyruth – HQ com 94 páginas.

Descrição: Paisagens desoladas, bandidos mal-encarados, povoados miseráveis no deserto, tesouros escondidos e trens carregados de dinamite. Não. Não estamos falando de um filme de Sergio Leone. Bando de Dois, de Danilo Beyruth, leva para o cangaço o clima dos westerns italianos, resgatando a aventura nas HQs brasileiras. Na história, dois últimos sobreviventes de um bando de vinte cangaceiros partem em busca das cabeças decepadas de seus companheiros, preparados para enfrentar um exército. Cada um com os seus motivos.

Opinião com Café.

Bando de Dois é um faroeste ambientado num cangaço, o cartunista Danilo Beyruth conta a história de Tinhoso e Cavêra di Boi, dois sobreviventes de um grupo de vinte cangaceiros que eram liderados por Otônho, eles sofrem uma emboscada do Tenente Honório, e acabam tendo suas cabeças decepadas e guardadas em caixas para serem expostas na capital.

Tinhoso começa a ter pesadelos com Otônho, que pedi para que ele o “liberte”. Junto com isso, Cavêra di Boi sabe que existe um mapa do tesouro no olho de um antigo companheiro, Zê Cabrêro. Os dois resolvem sair atrás de vingança. 

Temos o mesmo inimigo em comum, mas cada qual com uma motivação diferente.

Os cenários são os piores possíveis, pessoas feias, lugares desertos, pouquíssimos recursos e muita sede de vingança. A história se resume nisso, lógico que no final tem um pitada de humor, coisa que não poderia faltar em um legítima HQ nacional.

A história é toda voltada para ação. Romantismo é nulo, quase não existe drama, e  a crítica mais explícita fica para o final da HQ, quando todos estão na igreja “agradecendo pela graça recebida”.

Outro ponto que não posso deixar de destacar são os “quadrinhos mudos”, o realismo passado para HQ é tão grande que mesmo em alguns momentos sem fala é impossível não perceber a pobreza do cenário.

Prepare-se para uma graphic novel que tem o “tamanho certo”, propiciando uma prazerosa e rápida leitura, com muito sangue, ação, e nenhuma beleza, e que deixa como seu único ponto negativo alguns quadros que não foram explorados ao máximo.

Nota 8.5

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