Pular para o conteúdo

HQ’s Entrevista | Douglas Galindo

Já prestou serviço para empresas como: McDonald’s, Ambev, Correios, Editora Abril, Danone, Peugeot, Saraiva… dentre várias outras, desenhou um dos personagens que mais fez sucesso no Brasil. Tem um estúdio de design especializado em ilustrações editoriais, didáticas, publicitárias e científicas, criação de logotipos, infográficos, mascotes…

Bom, poderia continuar citando seus trabalhos por horas, mas é melhor você saber quem é Douglas Galindo por ele mesmo.

1 – Antes de tudo. Quem é Douglas Galindo?

Um Brasileiro, viúvo da Teresa há mais de 3 anos, formado pela IMES, em Comunicação Social em 1982, pela FUJI Photo Filme em 1981 e em Desenho Artístico e Publicitário em l975. Cresci profissionalmente através de diversas agências desde 1982, como diretor de estúdio e de arte, com larga experiência em programação visual e promoções. Fui premiado em concurso nacional da Abril, no III Concurso Fotográfico Itaú, além de desenhar a revista em quadrinhos do Capitão 7 (revival), trabalhei na primeira agência de marketing de incentivo no Brasil, a Incentive House, fui professor de Desenho e Comunicação Visual no Instituto Radial e participei do jornal “Claquete”. Desde 1989 ofereço meu trabalho em caráter free-lance em um pequeno estúdio de ilustração e design, no Ipiranga, São Paulo.

2 – Houve um tempo que você desenhou o famoso Capitão 7. Como foi essa experiência?

Em 1982, um colega de faculdade, o Paulo Kanashiro, que trabalhava em uma agência de publicidade, sabendo do meu interesse pelos quadrinhos, me convidou para esse projeto. Na verdade era uma estratégia de marketing de venda, os clientes compravam “x” uniformes (fantasias) da fábrica do Capitão 7 que ele fazia na época, e elaborávamos um encarte central de página dupla que seguia junto com um reparte para ser distribuído em sua loja ou rede de lojas. Hoje posso dizer que conheci um verdadeiro super-herói, lembro com carinho das histórias do Ayres Campos, que ficou com os direitos do personagem, quando acabou a série de TV (Record, canal 7, por isso o nome Capitão Sete), da gentileza da argumentista a Maio, da generosidade do pessoal da agência. Foi uma oportunidade única, tudo era novo para mim, não havia feito nada parecido e a ajuda de todos envolvidos foi muito importante. Veja mais sobre essa experiência clicando aqui.

3 – Ainda sobre o Capitão 7. Como é saber que um herói nacional que fez tanto sucesso hoje é pouco conhecido pelo público brasileiro?

Uma grande pena, na época estava para estrear o primeiro longa do Super-homem com o Reeves, elaboramos um plano de avivamento do personagem para o público juvenil, que previa inclusive um documentário para acompanhar esse filme e outras iniciativas promocionais, que se implementadas, poderiam ter dado outros rumos a história do Capitão 7, mas infelizmente isso não aconteceu e eu pensava que ninguém lembraria mais dessa edição. Veja mais sobre essa e outras histórias clicando aqui.

4 – Aproveitando, o que você pensa sobre o mercado nacional de quadrinhos?

Todos dizem que o mercado está aquecido, de fato, existem muitas publicações independentes, que iniciativas no catarse ou similares são uma opção, mas é só ver que muitas dessas iniciativas não tem surtido o efeito desejado. Quanto ao conteúdo… Eu tenho a impressão que quando se faz (quantidade), surge uma maturidade e por consequência, qualidade, mas tenho visto muito de falta de técnica (Clique aqui para assistir um vídeo de técnica, arte-final digital), de argumentos rasos e batidos e o pior defendidos como estilo. Desejo que o mercado evolua, tenha a coragem de questionar-se, que seja peneirado, que pessoas de talento consigam amadurecer tecnicamente e que de tudo isso surja um mercado nacional mais atraente e competitivo

5 – Você faz diversos tipos de trabalhos em seu estúdio. Cria logos, faz caricaturas, já trabalhou para Ambev, Correios, McDonald’s…  você nunca pensou em dedicar-se em criações de histórias exclusivas suas?

Sempre penso, tenho feito quadrinhos empresariais (Para ver os quadrinhos empresariais é só clicar aqui), mas ultimamente tenho repensado em desengavetar projetos pessoais

6 – Aproveitando. O quão difícil é manter um estúdio de design?

No Brasil de hoje, esse é um desafio real, muitas vezes é o primeiro corte de uma empresa, tem também um acesso digital onde as pessoas ingressam na área, pensando em fazer a diferença, mas sem ter feito um aprendizado e quando digo isso não me refiro à escolas, mas saber dos processos, começar do início, assim acredito que devemos pensar em parcerias, ou seja, viabilizar projetos junto com o cliente, ter a preocupação de função, se isso que você está fazendo vai funcionar ou é um exercício para mostrar à sua classe profissional, ter a vontade de aprender sempre e se adaptar é fundamental, assim, não sou contra o novo, nem contra as pessoas jovens e criativas que estão trabalhando, mas é preciso respeitar os processos, saber o momento de “pegar a onda” e surfar é algo a ser trabalhado diariamente, quem não o fizer, terá grandes dificuldades em manter um estúdio

7 – Galindo. Quais são seus projetos futuros?

Eu tenho projetos engavetados, que precisam ser desenvolvidos, tanto na área de quadrinhos, como na área de educação, veja outro exemplo/teste clicando aqui. Preciso continuar trabalhando no Estúdio Galindo, o que envolve tempo em captar, desenvolver e fazer projetos. Quero ser um pai referencial para meus filhos e um cristão que contribui com seu tempo.

8 – Vamos fazer um jogo rápido para encerrar. Melhor quadrinho e herói nacional? Melhor quadrinho e personagem estrangeiro? Melhor livro que você leu?

Gosto muito do trabalho do Pedro Mauro, e posso estar cometendo um erro de esquecimento, mas hoje me agrada o Supraion. Quanto aos estrangeiros estou lendo Terra X, agora impresso, meu melhor livro é a Bíblia

9 – Deixe os contatos onde os leitores poderão adquirir seus trabalhos e falar com você.

Galindo Estúdio | Behance Douglas Galindo | Fanpage Galindo Ilustrações |

Telefones: (11) 97092.1441 (celular vivo/whats) e email: motiva@uol.com.br

Douglas, o HQ’s com Café agradece o tempo concedido. Desejamos sucesso nessa sua caminhada.

Leia outras entrevistas.