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5 trechos do livro 1984 que fala da classe proletária

George Orwell é o autor dessa obra prima. No ano de 1949 ele escreveu o livro intitulado “Nineteen Eighty-Four“, que ficou “1984″, em terras tupiniquins.

Sua história mostra um mundo que vive uma guerra perpétua, não bastando isso, temos uma constante vigilância sobre os cidadãos. A história é constantemente manipulada, os fatos são alterados dia-a-dia.

Os habitantes desse regime totalitário são comandados pela figura do Grande Irmão, mas todo trabalho fica por cargo do Partido Interno, eles perseguem qualquer liberdade de expressão e todo tipo de individualismo. Qualquer palavra contra o Partido é considerado crime, mesmo quando dita durante o sono.

Winston é membro do Partido Externo, ele trabalha reescrevendo artigos de jornais. Tudo que vai contra o Partido, ele reescreve. Nada pode denegrir a imagem do Grande Irmão. Outro serviço é destruir artigos que não foram revisados, assim nada provaria que o Partido estivesse mentindo sobre algo.

Pois bem, Winston faz tudo que o partido manda, mas no fundo ele odeia o Grande Irmão, desejando que houvesse uma grande rebelião.

O romance distópico caminha com esse enredo, mas muitas coisas chamam atenção na leitura, resolvi separar 5 trechos que falam sobre o povo mais pobre e sem edução, os proletários.

Não comentarei nenhum dos trechos, quero que você leia e reflita.

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SE HÁ ESPERANÇA, ESCREVEU WINSTON, ESTÁ NOS PROLES.

Se esperança houvesse, devia estar nos proles, porque só neles, naquela massa desdenhada, formigante, 85% da população da Oceania, podia se gerar força suficiente para destruir o Partido. O Partido não poderia ser derribado de dentro. Seus inimigos, se é que tinha inimigos, não tinham modo de se reunir, nem mesmo de se identificar. Mesmo que existisse a legendária Fraternidade, como era possível que existisse, era inconcebível que os seus membros pudessem jamais se reunir em grupos maiores que dois ou três. A rebelião revelava-se num olhar, numa inflexão da voz; no máximo, num cochicho ocasional. Mas o proles, se de algum modo adquirissem consciência do seu poderio, não precisariam conspirar. Bastava-lhes levantarem-se e sacudir-se, como um cavalo sacode as moscas. Se o quisessem, poderiam demolir o Partido no dia seguinte. Mais cedo ou mais tarde, isso lhes haveria de ocorrer. No entanto!…

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Não se revoltaram enquanto não se tornarem conscientes, e não se tornarão conscientes enquanto não se rebelarem.

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Pouquíssimo se sabia a respeito dos proles. Não era necessário saber muito. Contanto que continuassem a trabalhar e se reproduzir não tinham importância suas outras atividades. Abandonados a si mesmos, como gado solto nas planuras argentinas, haviam regressado a um modo de vida que lhes parecia natural, uma espécie de tradição ancestral. Nasciam, cresciam nas sarjetas, iam para o trabalho aos doze, atravessam um breve período de floração da beleza e do desejo sexual, casavam-se aos vinte, atingiam a maturidade aos trinta, e em geral, morriam aos sessenta. O trabalho físico pesado, o trato da casa e dos filhos, as briguinhas com a vizinhança, o cinema, o futebol, a cerveja e, acima de tudo, o jogo, enchiam-lhes os horizontes. Mantê-los sob controle não era difícil.

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O ideal criado pelo partido era enorme, terrível, luzidio – um mundo de aço e concreto, de monstruosas máquinas e armas aterrorizantes – uma nação de guerreiros e fanáticos, marchando avante em perfeita unidade, todos tendo os mesmos pensamentos e gritando as mesmas divisas – trezentos milhões com a mesma cara – trabalhando perpetuamente, lutando, triunfando, perseguindo. A realidade eram cidades caindo em ruínas, escuras, onde o populacho subnutrido perambulava com sapatos furados, vivendo em remendadas casas do século dezenove que sempre cheiravam a repolho e latrinas de mau funcionamento.

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Quando ficavam descontentes, como às vezes acontecia, o descontentamento não os conduzia a parte alguma porque, não tendo ideias gerais, só podiam focalizar a animosidade em ridículas reivindicações específicas. Os males maiores geralmente lhes fugiam à observação.

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Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência…

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