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Euro-Cine | Laranja Mecânica

“Laranja Mecânica” enfoca uma viagem pelos mais sombrios labirintos da mente humana, ao qual ocorre um tecnicismo no que tange a formulação de uma conduta de respeito e amor pelo próximo.

A cinematografia de Stanley Kubrick (1928 – 1999), nesse ponto, idiotiza a cíclica de uma condução moral, que preserve a humanidade da monstruosidade descabida que cada um esconde, em um intuito de sacralizar a bestialidade, como arma de equilíbrio psicológico, tanto no que promove um padrão de subjetividade angariado por um existencialismo nefasto realizando na doença da intolerância, unida em uma arte nefasta no que é tangente no rastreio mental, que faça do “pop”, um encenador, a uma fisiologia da maldade, para qual a formação social da mente, produza, novas diretrizes dantescas, na transferência de responsabilidades civis, e também individuais, destruindo o caminho de nichos orgânicos da inteligência humana.

Mecânico! Seria o termo de melhor cunho para ilustrar uma práxis de uma irracionalidade a serviço do belo, fazendo um saber ao contrário, levando a uma anamnese sombria de uma “vita activa” resiliente no que esteja traçado para uma mentalidade de diversão sádica, com espetáculo de horrores, bem como a anunciar uma Londres Futurista (sem data precisa), sofrendo com carestia de um “sadio”, “eu”, que venha a fazer do cinema, um instrumento de fuga da realidade, organizando comunicações sem limites para a tolerância, como um paradigma da ignorância em benefício de uma criticidade da mente humana.

Stanley Kubrick (um dos diretores mais excêntricos da história), traduziu a obra do escritor compatriota inglês Anthony Burgess (1917 – 1993), como uma forma de entretenimento, a um congênito paralogismo de uma lógica comportamental que esteja imiscuída no conceito de civilidade lúdica, bem como ao afeto como forma de levar um taciturno desrespeito pelas fraquezas que assombram os vazios mentais de um conhecimento escaldante de intolerância e destruição da razão.

A menoridade humana em se fazer pequeno diante daquilo que não se compreende, a um espetáculo alucinógeno, insólito, unindo uma propaganda de irrupção do terror como condução a uma dança frenética macabra da alma humana em torno de si mesmo, não enxergando seu próprio centro de egoísmo doentio em satisfazer suas gamelas de substanciar a demência como um sinal de eloquência, partilha da insensatez, e do “absurdo”, com asas do tamanho em mundo a alçar voos de uma burocrática incrementa de um Estado tachado pela envergadura de uma “filosofia do não”, projetada em um estudo do tamanho da pequenez do julgamento em se ostentar a definição de homem.

Vejamos que em torno de um “kantismo” centrado em uma permuta, ao qual o contexto da obra está entrelaçado a um período de mudanças nas estruturas políticas, bem como a uma saúde mental que possa realizar procedimentos que estejam aos plácidos da aceitação de uma patologização exacerbada das doenças mentais, como sendo um cunho de loucuras frenéticas das pessoas em encontrar algum tipo de realização para suas vidas.

A inutilidade do personagem Alex de Malcolm Mcdowwell (1943) mistura uma dramaticidade com pitada de barbárie na comoção ao qual temos todos os “desejos” reprimidos pelo ridículo de uma etiqueta, que venha a proclamar o absoluto, como um estertor de vínculos a lograr um batistério de cultura medíocre que em nossa atualidade educacional se encontra dentro do “cogito” orquestrado pelo bullying, e por uma aculturação frenética de um nefasto senso-comum.

Tanto Burgess como Kubrick, estão esgarçados em anunciar um caminho de distanciamento do “belo”, através da louvação de condutas a uma estética do conhecimento que se proponha a elixir uma apologia de campo de batalha psicológico entre o “sensato e o insensato”, ao qual a vitória do maléfico submete tanto as “entrelinhas, como o movimento da película”, em uma psicótica arte laureada no espanto do espectador, em honra ao espírito animal que habita cada “ser” em especial.

Ao mesmo tempo que uma beleza vulgar impressiona pela sua baixeza, em despertar o sublime como uma partitura sentimental sincera, “Laranja Mecânica” causa um impressionismo ao contrário, onde há limites, para um inconsciente coletivo, construído pela varredura moral ao quais as pessoas procuram perpetuar ações a sanarem suas frustrações.

De certa maneira o ódio pela humanidade que Alex exala sem nenhuma picara de arrependimento está em um sentido parecido ao qual François Truffaut (1932 – 1984) em seu “Fahrenheit 451” (1966) , se encontra em um controle restrito dos livros, vangloriado por tecnicismo e por um nivelamento idealístico.

Tanto “Truffaut, com o Kubrick, expressam um ódio” pelo erudito no “maldizer da opinião própria” usando das palavras de Álvares de Azevedo (1831 – 1852), um mortuário de limiar acompanhamentos a uma intelectualidade, que esteja dentro de um grau de respeitabilidade pelo “próximo”.

O “próximo” rumo a um apocalíptico efeito do cinema catástrofe, estando diante da atuação autodestrutiva de MacDowell, incorpora uma imagística shakespeariana com a loucura de uma natureza panteísta ao contrário, fazendo da violência um elemento chave para se entender, como a cultura pop colocou fragmentos sanguinários em suas conjecturas, como fator a aumentar seu público intelectualizado.

Nesse caminho citamos, por exemplo, as HQs, como Heellboy (1991) e O Vingador (1952), que não deixam de possuir um traçado marcado pela violência e o limite entre o aceitável e o inaceitável para a figura de um herói.

Porém, Alex encarna claramente a figura de anti-herói da modernidade em sua forma mais grotesca.

A esse grotesco, ao qual a insegurança de não ser compreendido pela sociedade exorta uma rebelião atenuada à incompreensão de se fazer encarcerado as vontades algozes de promulgar uma arte atormentada por cunhos de uma existência, que esteja exaurida, nas penumbras de um preconceito, pelo qual a dureza de ações intelectuais venha a amenizar novos cumes para uma exorbitar da natureza do irreal, perante a ascendência de domínios, para um tear de atitudes, que venham amenizar o ódio do ser humano perante seus semelhantes.

Dentro a uma filosofia da destruição, Stanley Kubrick, desencadeia o vazio das emoções, como uma partitura de elevar a brutalidade e também um rompimento com a essência de vida, estagnada, por atitudes que deixam o espectador provocado com o banal, de poder realizar todos os seus desejos mais mórbidos, em princípios de provocar reações, quanto à maldade, e essa maldade está alijada ao próprio caráter de naturalidade da vida humana, a princípios de uma linguagem pragmática, o de não transcorrer a importância de um pelo outro, e sim, suntuosidades de um “elogio da loucura”, como diria o pensador holandês Erasmo de Roterdã (1466 – 1536), no que é relativo, a normalidade das práticas, de uma troca efetiva de grandiloquentes atitudes, que produzam o respeito como um forma de suprimir corrupção do espírito ao longo da modernidade.

A “educação ludovica” passa por um principio ao qual a tentativa de lavagem cerebral aplicada a Alex, como uma maneira de mudança social, para a volta de sua participação na sociedade civil, reflete aos perigos de uma cultura de massa, que venha estar ajoelhada a minar novos compêndios de mentalidades, que possam ser detentores da sua própria história, e submetendo a reluzentes meandros atitudinais, de uma política que se afasta da civilidade, e do bem-comum, concatenados ao poderio de uma democracia, que não esteja nas jactâncias de promover igualdades, e também o livre-arbítrio entre os seus pares.

A questão de tecnicismo sem precedentes foge ao estalo de sentimentalismos, que venham conter uma generosidade de angariar traçados a uma verborragia, que não extenue exclusivamente uma classe social em especial, como também deixa claro que muitos momentos “a lei”, se acomete, em não levar em consideração o individualismo que cada um possui, tratando todos com o oferecimento a um gélido caminho de justiça, sacralizado pelo rompimento das vontades individuais.

Tanto que Kubrick tinha um “individualismo”, descabido, e um relativo senso do absurdo, como arma para produção de uma arte, que fosse para além da alma humana, e demonstrasse os destinos de uma humanidade atormentada por terrores que ela mesma lançou diante sua sina, em se projetar como senhor supremo das coisas visíveis e invisíveis, em um “protoconhecimento”, que nos fazem humanoides em uma holística de polarização das vontades como procedimento para ações humanísticas que possam provocar um rompimento com seus próprios egoísmos em se projetar como detentor único dos destinos da humanidade.

A opinião pública, quando do lançamento de “Laranja Mecânica”, provocou choque, diante a valorização da “violência”, como escopo para uma narrativa em fracionar uma metafísica de psicologia pessoal, alvejada em reproduzir a destruição, como sentido de existência, fazendo da essência humana, em navegar a um istmo, do isolamento da compaixão, gerando uma análise de sacramentar o terror, como caminho para um cinema que não se importa, em usar destruição no caminho de projeção, em admoestar uma nobreza diante um “sensível”, de trocar as escamas do “bem”, por um perjúrio de aplausos, ao que seja sumarizado como um horror sem limites, fazendo do cinema um frutífero, engodo de lançar as consequências das escolhas humanas, em temerários acabrunhamentos de um bem-estar existencial que abarque á todos.

E quando pensamos no ermo do “terror”, Kubrick  reinventa com pinceladas de Alfred Hitchcock (1899 – 1990), uma nova insubordinação, em escancarar a miserabilidade, de uma humanidade, que evolui tecnicamente, mas que ainda carrega um sentido troglodita no armistício, de relações humanas que contenha um valor sentimental claro e profundo, e que ao fique seduzido pelo “modismo” do “politicamente correto”.

Ao séquito do “politicamente correto”, podemos dentro de compromissos ideológicos entrever que Alex contém inferências aos compromissos de uma ideia dos “reflexos condicionados” do fisiologista russo Ivan Pavlov (1849 – 1936), que marca a ideia de um controle aversivo da mente humana, através da repetição de atos reproduzidos em laboratório com experimentos feitos em cachorros que tem seu comportamento acionado ao toque de um sineta, bem como a uma explosão de  um “Zé Ninguém”, fazendo referencia a obra do psicanalista alemão Wilhelm Reich (1897 – 1957), que no sentimento das suas lacunas afetivas do mundo, executa em torno da vivencia e aceitação pelos seus semelhantes, caminhos para seu percebimento perante os “outros” que o cerca.

O processo de estranhamento do mundo produz vontades aos quais Kubrick, em outros  filmes como Gloria Feita de Sangue (1957), Doutor Fantástico (1964), Nascido para Matar (1987), De Olhos Bem Fechados (1999), ao clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), anuncia um estrangulamento da liberdade, onde somos condenados, pela história, ciência, filosofia, arte, tecnologia, guerras, desejos, amores, inimigos, oponentes, fidelidade, infidelidade, a um caminho para combater o torpor de uma política de conduta pessoal, que não fique ornamentada, exclusivamente aos lampejos do discurso, e sim leve a polifonias de novos relacionamentos humanos que busque uma volúpia de “paralaxes”  dos dilemas humanos, nos cernes de respeito pelos diferentes… “diferente… não exótico”.

A adrenalina criativa do próprio diretor pode se fazer presente na figura de Alex, ao qual seu ódio e rebeldia, sem conter uma causa justa, eleva um sarcasmo que vai além de uma moral que permita a se viver com regras.

“A máxima, se Deus não existisse tudo seria permitido” (do escritor russo, Fiódor Dostoievsky – 1821 – 1881), reproduz a humanidade sem regras, ao qual Alex pertence, fazendo um sanatório a céu aberto, tirando o valor da arte como algo a sensibilizar, e levando a indignação e revolta, até os últimos atos de sua demência, pelo sabor de sangue de sua demência existencial destrutiva, mas paralelamente se tornando um ícone da contestação e do desejo de uma sociedade, vitimada pelo consumismo desenfreado e pelo “lixo cultural” proeminente dos interesses, “magno”, a uma concentração de classe que reduza a subjetividade como uma reciclagem, de oferecer o “mínimo” em instrução para se obter o caminho  “básico”, de discernimento e um conhecimento, tanto intelectual, como moral, do que pode a se determinar como o que seja certo ou errado.

Não há certo ou errado para Kubrick, vivemos dentro de uma “ilha de pedra, e somos forçados a nos tornarmos um Robinson Crusoé às avessas”, ao invés de lutarmos contras s adversidades que o ambiente nos impõe, criamos nossos problemas para que anúncios de história cruéis de violência venham ocupar o lugar de nossas vontades, perante uma doença de carência na renovação e criação de comportamentos que deixem marcas de um respeito e de um sabor pelo novo, ou seja, que tire a maioria das pessoas de seus debiloides deleites do comodismo.

“Laranja Mecânica” seria então uma arma contra o comodismo que assola várias pessoas?

De certa maneira, sim, pois grande parte do público, ao qual Alex, se tornou um semideus, contendo o anunciamento da indignação, diante a precariedade da vida em parcela das pessoas, está um desejo de aceitação diante a sociedade em que se vive, que olha para o “todo”, e se esquece do “único”.

Único, porque todos somos únicos, mas somos forçados a vivermos em um núcleo, onde há individualidade, está mesurada aos discursos, mas não a uma implantação de seus alastramentos de razão ética.

A ética, nesse caso não permite realizar uma lavagem cerebral ao qual possa alavancar elementos para a construção de uma sociedade que busque angariar caminhos para uma falsa liberdade, e que tire os tramites em elaborar uma subjetividade, que contenha elementos a destruírem vícios que não estejam melindrados a ornamentar uma sociedade, ligada a conservação de laços sociológico de submeter caminhos para uma tangencial destruição da capacidade raciocinar das pessoas.

Mcdowell interpreta o semblante de uma loucura diária de todos nós, diante a imprecisão de dados e esperança a uma humanidade, forçada a conter em seus éditos a sobrevivência de uma moral, que faz do cinema um jugo, entre o real e o irreal, se deparando com um sombrio perjúrio do afastamento do homem de si mesmo.

Usando de um termo do psicólogo norte americano Rollo May (1909 – 1994), “o homem está procura de si mesmo”, e dentro do circuito da  “Laranja Mecânica”, está um pecaminoso, clivo a formação de um ciclo existencial que não contenha uma moral clara quanto à valorização do “outro”, como exemplo a ser seguido, ou excluído do convívio entre os mais variados esteios em construir personalidades lúdicas, e sim que o “ideal, não está em consonância com o natural”, ou seja, é necessário sempre se moldar em determinados momentos da história para que possa conter no “ser”, o mínimo de aceitação de vivência individual dentro de um grupo.

A educação ludovica, deixa um promiscuo desatino, ao qual o afastamento de ideais da rebeldia a um espaço de moral que não seja profícuo em suas diretrizes, ao libertarismo e também um método comportamental que seja valido para todos, lança uma penumbra ao qual o “erro”, não é mais visto como cunho para o trabalho intelectual e sim como utensílio, a minar abruptamente caminhos em exaurir ações mentais, comiserados a respeitarem  as opiniões contrárias, e a valorizar uma informação que seja desconstruída a cada momento.

Uma frase de uma música do Iron Maiden, The Wicker Mann (2000) “cada segundo é uma nova faísca, deixando o universo em chamas”, reflete que diante da anarquia culturalista que viemos, haja espaço para que o psicótico não seja moldado como um traçado a letargia de colocar um “eu” igual para todos, e sim a preparar uma arte que possa além de conscientizar, produzir a ira, como uma maneira a se indignar perante o baixíssimo exemplo de intelectualidade que vivemos, na dita assim, “era do conhecimento”, contendo alucinações frequentes, quanto o que possa ou não ser classificado como “sã” no interior a proeminentes silvos da indignação perante a disseminação do “comum”, como ordem de fator comportamental a ser seguido pela maioria das pessoas.

As explosões de novidade, contendo tanto a flexibilidade da informação, como por ventura da sua interpretação, deixa a obra de Kubrick, como um emblema a um cinema que possa lutar contra a morte da individualidade, frente, a organização de contínuos elementos, a levar o papel da criticidade, tanto para uma mídia que tenha preceitos na lapidação da mente, como a dizer a um ríspido certame no combate da inovação de transmissão do saber, concatenados, nas possibilidades a uma mentalidade que respeite tanto seu momento existencial, e produza uma agorafobia a se lançar a novos mares de renovação as suas energias filosóficas e lógicas, bem como a produção de caminhos para uma claustrofobia, de se contentar com apenas o que os outros impõem, e não levando em relevância as vontades individuais de cada um.

Na época de seu lançamento, “Laranja Mecânica” continha uma seleção de eventos históricos que marcaria sua produção, como uma contracultura frente às conquistas da ciência.

A chegada do homem a lua em 1969, a valorização das ciências da mente, o desenvolvimento das neurociências, bem como a efervescência política e cultural dos anos 1970, amadurece o preceito de seu  idealismo em um grau de pessimismo, na relação dos caminhos que a inteligência ocupa a lançar seus tentáculos tanto para ajudar a “vita activa”, como a oferecer sórdidos princípios aos quais brincar de subverter mentes no critério em coadunar, em um mesmo tronco moral, civilidades com subjetividades, assombra prognósticos de que a liberdade é feita cada instante, e que arte necessita da “loucura”, como força motriz em renovar sua criatividade, em vista do progresso técnico científico.

Alex se torna um messias, de uma condição animal, e de barbárie extrema ao quais tratamentos psiquiátricos são feitos não para a recuperação do paciente, e sim como sendo um escopo de cobaia para as mais bizarras atitudes no sentido de sanar pessoas que contenham distúrbios comportamentais.

Kubrick, indiretamente faz severas contestações a como se tratar de forma humana mentes atormentadas e depressivas, e também a hipocrisias de um capitalismo que busca através de exemplificações mórbidas, um listo de padrão de qualidade mental, que siga conservadorismos onde cada um saiba seu lugar, contra um torturante método em produzir indústrias de psicologias, sancionados a manter-se igual no que é referente à maneira de sua conduta pessoal.

Em uma época de penúria de compreensão do diferente, a arte de “Laranja Mecânica”, produz vindimas, com cachos de um emocional fútil, e uma racionalidade medonha, recauchutada pela hegemonia intransigente do certo e errado.

Entre o certo e errado, o tecnicismo e o condicionamento mental dão suas cartas em um jogo de poder, onde boa parcela das pessoas tem suas métricas individuais, arquitetadas de acordo com as vontades de uma fração reduzida de figuras humanas crentes em deter o destino da humanidade em suas mãos.

O “pop” se depara com a massificação, bem como a uma filosofia de lançar sementes de intolerância perante anormalidade de cada um, pois ninguém se pode julgar na razão de ter razão, em período onde razão se torna mais instrumento de bajulação do abominável, no centro de falsidade ao qual a humanidade se tornou.

Kubrick deixa um gostinho também de vitimismo, pois dentro dos traços maníacos de Alex, está um retrato do solapar da bondade, em torno de um amadurecimento de possessões em se fazer da verdade, um sumo do aniquilamento, no clamor por uma esperança da humanidade nela mesma.

Suco de Laranja, indigesto, a ser servido atualmente pela história, alguém aceita outra bebida?

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange)
Filme com 2 horas e 16 minutos de duração.
Direção: Stanley Kubrick | Drama – Ficção – | Estados Unidos – Reino Unido –  (1971).
Elenco: Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Philip Stone…

Sinopse: No futuro, o violento Alex (Malcolm McDowell), líder de uma gangue de delinquentes que matam, roubam e estupram, cai nas mãos da polícia. Preso, ele recebe a opção de participar em um programa que pode reduzir o seu tempo na cadeia. Alex vira cobaia de experimentos destinados a refrear os impulsos destrutivos do ser humano, mas acaba se tornando impotente para lidar com a violência que o cerca.