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Lições da Bonequinha de Luxo

Um filme feito em 1961 que poderia ser transportado para 2017 sem nenhum problema. Holly Golightly (Audrey Hepburn) é uma garota de programa. Seu objetivo de vida é casar com algum milionário, tudo muda quando ela conhece Paul Varjak (George Peppard), um escritor falido. Paul logo se apaixona, mas o grande problema é convencer Holly que o amor é mais importante que o dinheiro.

Henry Mancini ficou responsável pela trilha sonora do longa. Logo na cena inicial um táxi para e deixa a personagem principal em frente da Tiffany`s (joalheria), um plano médio foca a personagem, ela olha pela vitrine e segue caminhando lentamente em torno da mesma, o plano se abre lentamente, a música instrumental melodramática que acompanha a cena não desgruda um só momento de nossos ouvidos.

Aqui nós já temos o tom do filme todo. Holly divide seu tempo em fazer programas e desejar as coisas da Tiffany`s. Raiz ela não quer criar com ninguém, nem com seu gato de estimação. Ela o encontrou nas margens de um rio, e para não “criar um elo” com o animal, ela não deu nem sequer um nome para ele, chamando-o apenas de “Gato”.

Holly é bonita, jovem, fútil e muito inocente. Todos tiram proveito da moça. Que só pensa em uma coisa, dinheiro. Porém, com o transcorrer do longa, ela começa sentir falta de um amigo, de um algo mais. O grande problema é que seu lado fútil sempre fala mais alto. E tome festa, joias e desejos que não agregam valor algum em sua vida.

A trilha melodramática segue por quase todo o longa, dando espaço para uma coisa mais animada só nos momentos de festa.

Em certa altura descobrimos que Holly na verdade é Lula Mae, uma menina que na idade de 14 anos se casou com um senhor, assumiu uma casa com 4 filhos, não aguentou a pressão e fugiu.

O diretor Blake Edwards segue nos dando várias informações sobre Holly e Lula Mae. Quanto mais informação, mais pena sentimos da moça. Ali nós percebemos que ela não desejou ser fútil, apenas aconteceu, assim como sua vida como garota de programa. Holly é como tantas outras que encontramos por esse mundo. Pessoas sem estrutura que vêem na possibilidade do dinheiro fácil, uma chance.

Muitas vezes a vida é dura, cruel e impiedosa, não sabemos o que fazer com ela, olhar por uma Tiffany`s e sonhar com um casamento que nos tire da pobreza parece ser tudo que nos resta.

“Sabe qual é o seu problema, Srta. Quem-quer-que-seja? Você é medrosa. Não é corajosa. Tem medo de encarar a realidade e dizer, “a vida é assim.” As pessoas se apaixonam. As pessoas pertencem umas às outras. É a única chance que tem de ser felizes. Você acha que é uma criatura livre e selvagem e morre de medo de que alguém a ponha em uma jaula. Bom, querida, você está na jaula. Você mesma a construiu. E não faz fronteira ao oeste com Tulip, Texas, nem a leste com a Somália. Está onde quer que vá. Não importa para onde corra, está sempre trombando consigo mesma”. – Paul Varjak

Mas não é verdade. A vida é muito mais do que desejar bens materiais e casamentos milionários. A vida também é seu gato de estimação, sua família, seu namoro imperfeito e, principalmente, sua vontade de vencer honestamente, com muito trabalho e dedicação. A vida é muito mais que olhar por vitrines e ser telespectador. A vida exige que sejamos protagonistas, por mais difícil que possa parecer, levante, aprenda com os erros do passado, alinhe seu olhar com o horizonte e siga em frente.

Dados Técnicos.

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s).

Filme de 1961 com 1 hora e 55 minutos de duração.
Direção: Blake Edwards
Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal…

Sinopse: Holly Golightly (Audrey Hepburn) é uma garota de programa nova-iorquina que está decidida a casar-se com um milionário. Perdida entre a inocência, ambição e futilidade, ela toma seus cafés da manhã em frente à famosa joalheria Tiffany`s, na intenção de fugir dos problemas. Seus planos mudam quando conhece Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor bancado pela amante que se torna seu vizinho, com quem se envolve. Apesar do interesse em Paul, Holly reluta em se entregar a um amor que contraria seus objetivos de tornar-se rica.