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Opinião com Café | A Pro

Apesar das histórias de heróis serem diversas, sempre encontramos um mais do mesmo. Temos um herói todo certinho que luta contra um vilão. Algumas histórias são bem profundas e, antigamente, algumas eram de um teor dramático gigantesco. No meio disso sempre aparece algum Deadpool da vida.

Em “A Pro” nós temos tudo o que o mundo de heróis julga certo, só que ao contrário.

A história começa mostrando nossa futura heroína se prostituindo para levantar alguma grana. Alguns alienígenas notam que ela era uma pessoa comum, mas que poderia se tornar uma grande heroína…

Para isso eles mandam ao encontro da moça: Santo, Dama, Cavaleiro, Escudeiro, Lima e Veloz, juntos eles formam o poderoso grupo intitulado: “Liga da Honra!“.

O grande problema é que esses heróis são certinhos, Pro, não. Ela xinga todo mundo, se prostitui para tocar sua vida e de seu filho e, sua personalidade não é das mais dóceis.

A heroína carrega a história em seus ombros. Ela usa seu poder para matar, bater em quem lhe maltratou no passado e, para piorar, aumentar sua remuneração com a prostituição.

A HQ é extremamente nonsense em algumas partes, mas é simplesmente deliciosa de se ler.

Os argumentos da história ficam por conta de Garth Ennis. E apesar de termos uma história que é uma completa paródia do mundo dos heróis, temos uma heroína que mais se assemelharia com algo palpável. Ou vai me dizer que uma pessoa sem estrutura que ganha poderes do dia para noite conseguiria lidar bem com isso?

Amanda Conner é a desenhista da história. Seus desenhos casam de uma maneira espetacular com os momentos narrados. Tudo é muito bem feito.

Espere xingamentos, peitinhos, cenas de nudez, mortes e nada de classe em vários quadros…

…mas saiba que “A Pro” não é uma simples história de uma heroína sem educação. Ela mostra a vida nos locais pobres, mostra a violência da prostituição, a vida dura de ser mãe solteira, mas, acima de tudo, mostra que qualquer um pode ser um herói, mesmo que seja todo atrapalhado.

Nota 9.

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Autores: Garth Ennis (roteiro), Amanda Conner (desenhos), Jimmy Palmiotti (arte-final) e Paul Monts (cor).
Páginas: 56.
Lançamento: Agosto de 2003.

Sinopse: Depois de fazer uma aposta com um robô, garantindo que qualquer humano pode ser um herói, um alienígena dota de superpoderes uma jovem prostituta de língua afiada e personalidade fortíssima, que, além disso, tem um bebê para cuidar.
Depois disso, ela se junta à Liga da Honra, equipe formada pelos maiores super-heróis do planeta. O problema é que, além de combater o crime de modo, digamos, pouco usual, a moçoila resolve usar seus novos dons para aumentar sua renda em sua outra “profissão”.