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HQ’s Entrevista, Arthur Petry | Saco Cheio – Podcast

Tenho certeza que você já ouviu a expressão “papas na língua”, pois bem, Arthur Petry não tem.

O entrevistado de hoje fala sobre: sexo (“Não perceberam que o instinto sexual do homem, absurdamente maior do que o da mulher, é um lixo e acaba com a nossa vida“.), feminismo (“Enfiaram goela abaixo do mundo o discurso que homens e mulheres são iguais e o resultado é uma geração chorona, iludida e sem propósito na vida“.), namoro (“Namoro ou casamento é dividir a tristeza, não a felicidade“.) e diversos outros temas… então, com você: Arthur Petry.

1 – Arthur Petry, quem é você?

Eu sou um dos sujeitos mais burros e ignorantes desse planeta.

2 – Como surgiu a ideia de fazer um podcast?

Eu escuto rádio desde criança. Minha maior referência é o Rogério Mendelski, aqui do Rio Grande do Sul. Rádio fez parte da minha vida. Eu acordava escutando rádio me preparando para ir pra escola, voltava ouvindo nos fones, ouvia de tarde e dormia ouvindo. Consequentemente, eu tinha vontade de fazer rádio. Então, quando eu ainda era pequeno, eu gravava os meus próprios programas num gravador de fita que eu tinha. Eu nunca pensei “vou gravar um podcast”, apenas aconteceu. Assim como quando criança eu pegava o meu gravador e fazia um programa, foi natural, na minha passagem de jovem para adulto, que isso permanecesse, mas de uma forma mais esclarecida. Em 2012 eu comecei a gravar programas bem pequenos, de 15 minutos no máximo, que só amigos escutavam, falando sobre coisas que me traziam raiva. A raiva e o ódio são as minhas principais fontes. Essa época coincidiu com a fase onde eu estava submerso na comédia do Bill Burr e do Doug Stanhope e comecei a ter vontade de fazer stand up comedy – que cheguei a realizar, mas fui banido dos bares que me apresentei aqui em Porto Alegre. Assim, o meu podcast é uma mistura da minha ignorância e da minha raiva, do amor pelo rádio e da curiosidade pela comédia. Eu também curso jornalismo – por sonhar em trabalhar com rádio – e lá percebi que o meu jeito de ser, de falar e de pensar nunca vai encontrar espaço no mercado de trabalho tradicional. Cheguei a trabalhar numa rádio grande aqui do Sul e essa experiência só reforçou esse sentimento e me deu mais vontade ainda de permanecer fazendo o meu programa do meu jeito.

3 – Escutei vários programas que você fez, e a maioria dos temas que você aborda são polêmicos, você fala o que pensa, doa a quem doer, mas esse seu jeito “hardcore” de abordagem não acaba sofrendo muitas críticas? 

Pois é, esse é um problema de não entendimento. As pessoas tendem a pessoalizar tudo e, por isso, se ofendem com qualquer coisa por acharem que eu estou tão comprometido com a vida como elas. Eu não me importo com o teor da ideia que eu estou dizendo (ou ouvindo). Eu me importo se a ideia é interessante ou não e se ela é inesperada no contexto. Eu não gosto de filtros, não gosto de demagogia e não gosto desse papo de “responsabilidade social”. Eu não me ofendo com nada e isso me faz ter acesso a conteúdos que as pessoas normais não têm ou se ofenderiam ao ter contato. Eu não acredito em censura, nem mesmo para, vou dar o exemplo, racistas. Se existir algum racista nesse planeta, eu quero ouvir ele. Eu quero entender o mundo dele, eu quero que ele possa falar para eu saber onde eles estão. A censura e o politicamente correto não ajudam a acabar com os racistas; ajudam a escondê-los. Eles continuam por aí, mas nós não sabemos onde eles estão. O meu cérebro funciona do mesmo jeito. Eu falo qualquer coisa que surgir nele porque eu quero ver até onde ele vai, quero descobrir partes inexploradas. Não me importo se eu estou certo ou errado, apenas acredito que uma mente sem filtros é o ponto de partida para o entretenimento. Eu não sofro com as críticas que recebo porque eu concordo com elas. Quando alguém diz que eu sou um merda, eu respondo “sim”; quando alguém diz que eu estou errado, eu digo “provavelmente estou mesmo”. A coisa mais grave que me aconteceu foi quando meus colegas da faculdade de jornalismo descobriram o que eu faço e fizeram um escândalo, me divulgando como “machista” que “bate em mulheres”, ficaram chocados porque eu comemorei a vitória do Trump e essas bobagens. Sou completamente excluído no meu contexto social e, quando conheço uma mulher, é questão de dias para ela jogar meu nome no google, ver meu conteúdo e nunca mais falar comigo. Minha última namorada também me enchia o saco por causa das coisas que eu falo no podcast. Fora isso, tá tudo bem.

4 – E você já perdeu algum patrocinador por causa disso?

Eu tive três anunciantes no podcast e eu nem cobro muito para fazer o anúncio. 99% do financiamento do podcast vem dos próprios ouvintes que doam o valor que querem a hora que quiserem. Acredito que a comunicação em geral está caminhando para que o estilo Netflix de conteúdo se espalhe por tudo. Eu, um ouvinte de rádio desde pequeno, me distanciei do rádio tradicional nos últimos tempos e estou consumindo podcasts e uma rádio por assinatura dos Estados Unidos. A vantagem disso é que o conteúdo da emissora ou do programa não vai mais ser pautado por alguma empresa que esteja anunciando e que esteja com medo de ter sua imagem prejudicada por causa de alguma piadinha ou opinião “errada”. Quando o ouvinte paga e sustenta o conteúdo que ele escolhe, esse conteúdo vai ser autêntico e seus comunicadores não vão ter medo de falar o que vier na cabeça. Pode até existir anúncio de empresas, mas elas não vão mais mandar. Eu nunca perdi patrocinador, pois não os tenho. Meus patrocinadores são meus ouvintes.

5 – O que você acha do feminismo?

Desses movimentos sociais da moda, é o mais fácil de provocar. Basta dizer “gordas são feias” para vê-las enlouquecendo, criando textões, vídeos respostas e essas baboseiras. Eu me divirto com o feminismo porque elas são histéricas e é muito fácil tirá-las do eixo. Fora isso, o feminismo é responsável pela geração mais triste de mulheres. Enfiaram goela abaixo do mundo o discurso que homens e mulheres são iguais e o resultado é uma geração chorona, iludida e sem propósito na vida. O feminismo ignorou todas as qualidades em ser uma fêmea e voltou seus olhos para o mundo masculino, invejando e querendo nos imitar.
Essa luta por “liberdade sexual” e “entrada no mercado de trabalho” é pura inveja do mundo masculino. Elas nos viam sendo controlados por nossos instintos sexuais e fazendo todo tipo de bobagem por causa dele e pensaram “também quero, parece divertido”. Não perceberam que o instinto sexual do homem, absurdamente maior do que o da mulher, é um lixo e acaba com a nossa vida. Nós andamos na rua entrando em depressão de 5 em 5 segundos a cada mulher que passa. Não conseguimos prestar atenção na aula de matemática se a colega ao lado estiver de shortinho. É um horror. Mesma coisa com o mercado de trabalho. De forma geral, nós, homens, não somos felizes trabalhando. O sonho de todo trabalhador comum é se aposentar. E o que elas fizeram? “Nós queremos entrar no mercado de trabalho”. Por quê? Por inveja do mundo masculino. Elas acharam que “liberdade” sexual (entre aspas, pois ser guiado pelo seu desejo sexual não tem como ser liberdade) e entrada no mercado de trabalho as faria felizes por se igualarem aos homens, sem perceber que ser homem é um lixo. Agora nós temos uma geração inteira de mulheres tentando cumprir a pauta “homens e mulheres são iguais”: tentando simular um desejo sexual que elas não possuem, tendo diversos parceiros sexuais por semana e trancafiadas em escritórios por oito horas por dia, fazendo hora extra e comendo comida enlatada numa kitnet.

6 – Jogo rápido, fale um pouco sobre: balada, namoro, sexo, filmes de herói e futebol.

Balada: perda de tempo e de dinheiro pra se fazer rigorosamente nada. Nas raras ocasiões em que vou, fico escorado numa parede louco pra ir embora.

Namoro: um dos fatores mais trabalhosos e importantes da vida. A atual geração confunde amor, namoro e compromisso com felicidade e prazer, o que faz com que os relacionamentos não durem, que aconteça traição e insatisfação o tempo inteiro. Namoro e casamento, pra mim, é, justamente, cair na rotina, ter uma vida monótona e “sem graça” e abandonar os nossos instintos básicos que nos exigem a busca incessante de prazer em troca de algo maior, de uma relação humana, civilizada e uma luta em conjunto pelo sucesso. Namoro ou casamento é dividir a tristeza, não a felicidade.

Sexo: a coisa mais importante e mais insignificante da vida humana. Eu acredito que o ato e a vontade sexual, em si, são de uma tremenda baixeza e irracionalidade. Na hora do sexo, nós nos igualamos aos cachorros. Dormir ao lado de uma pessoa é uma prova mais forte de amor e racionalidade do que transar com essa pessoa. Mas, ao mesmo tempo, a nossa vontade de comer alguém é o que nos fez evoluir. Tudo o que o homem fez ele fez com a esperança de que alguma mulher, algum dia, ia se impressionar com o feito dele e daria pra ele por causa disso. É uma questão muito confusa pra mim por conta desses dois pontos contraditórios. O que eu posso te dizer, claramente, é que eu tenho aversão à cultura do sexo casual, da putaria, da pegação generalizada. Isso nos faz voltarmos aos nossos níveis mais básicos e primitivos e estamos destruindo, pouco a pouco, todo o trabalho das gerações passadas que tentaram evoluir a espécie humana para longe disso.

Filmes de herói: odeio. Não consigo acompanhar um filme onde um sujeito adulto usa uma capa e sai voando por aí.

Futebol: foi arruinado nos últimos anos com discursos politicamente corretos e ações afirmativas do tipo “precisamos de mais mulheres nos estádios”, mas continua tendo uma importância tremenda na minha vida. Futebol é a evolução da conquista primitiva, é a violência civilizada. Por isso, é um esporte dominado por homens tanto na arquibancada quanto no campo. Futebol é a coisa mais estúpida do mundo e eu adoro.

7 – Qual sua opinião sobre essa geração “politicamente correta” que está vindo? Acha que no futuro seremos os velhos “zueiros” e eles os adultos chatos?

Eu acho que essa geração politicamente correta, na verdade, está INDO. Não faz muito tempo que eles dominavam tudo, chantageavam empresas, choravam, faziam “hashtags” e todo mundo acatava aos pedidos deles com medo de mais pressão. Acontecia que as pessoas achavam que essa geração politicamente correta era a população inteira, mas descobrimos que eles são minoria, apenas alguns jovens universitários chiliquentos que ninguém se importa. No último ano, 2016, começamos a ver algumas reações, desde eventos gigantes como a vitória do Trump como o Trutis Bacon Bar que bateu de frente com essa gente e, mais recentemente, a empresa de móveis Alezzia. Eu também sofri perseguição dessa turma e a minha audiência só aumentou. Acredito que, no futuro, eles serão extintos, pois ninguém mais levará a sério esse papo politicamente correto. Ou eles vão perceber que são uns malas que ninguém aguenta e vão mudar, ou vão ficar isolados nos grupinhos de Social Justice Warriors que ninguém vai levar a sério.

8 – Qual sua dica para quem está começando trabalhar com podcast?

Não siga regras, não faça roteiro, planeje o mínimo possível, explore seus erros e não tenha medo de parecer um idiota ou ignorante. O que eu aprendi com os moldes do meu podcast é que a maioria das pessoas pouco se importa com a opinião em si ou se você está certo ou errado na situação; eles escutam e se interessam se perceberem que aquilo está saindo do seu coração, que você está em sintonia com o seu cérebro. E isso vale para qualquer forma de comunicação. Se você errar, não edite e não regrave. Continue e diga: “olha como eu sou um idiota, não consigo nem falar uma frase sem gaguejar” ou algo do tipo. Se você estiver achando o seu podcast uma merda, diga “esse podcast está uma merda hoje”. Na hora de se comunicar e entreter, não esconda nada do que o seu cérebro jogar na sua tela mental. Funciona pra mim.

9 – Vamos encerrar por aqui, mas antes, deixe seus contatos para galera poder te escutar e falar com você.

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Arthur, foi um prazer conversar com você, te desejamos todo sucesso do mundo. Abraço. 

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