Filme de 2016 com 1 hora e 33 minutos de duração.
Sinopse: Um escritor perdido na vida e um adolescente sem rumo certo só tem uma viagem em que tudo pode acontecer a sua frente.
Opinião com Café.
Hoje é dia de comentar sobre outra produção que tem o selo “Netflix”. Nela conhecemos Ben Benjamin (Paul Rudd), uma típica pessoa fracassada, ele perdeu seu emprego, filho e mulher. Para ajudar, ele não está aceitando a separação. A forma encontrada para amenizar essa dor é se oferecer para cuidar de Trevor (Craig Roberts), um jovem que tem ¹distrofia muscular de duchenne.
O filme logo de cara já nos apresenta Paul e seu estudo como cuidador, aqui temos uma abordagem extremamente rápida, o que é muito válido para dar encaminhamento na história. Só que essa mesma rapidez é empregada na contratação dele por Trevor, depois de uma série de perguntas “inoportunas” Paul respondeu apenas uma questão do jeito que o rapaz queria, isso bastou para o contrato.
Note como dois pontos com abordagens iguais trazem resultados diferentes, mas mesmo essa segunda parte sendo “ruim”, não estraga o desenvolvimento da trama.
Trevor é um adolescente revoltado com sua situação, para esquecer a dor ele fala muito palavrão, faz piadas e brincadeiras que são de gostos duvidosos. Ou seja, se você não gosta desse tipo de coisa, pode ser que o filme não seja muito adequado para você.
Com o tempo Paul vai se adaptando ao jeito do rapaz e a química dos dois vai aumentando gradativamente, em certa altura do longa é admirável o relacionamento deles, Paul vai bem em seu papel com uma atuação muito segura, mas Craig Roberts é simplesmente magnífico, seus gestos corporais, sua carga dramática e, principalmente, suas brincadeiras de mau gosto enganam não só Paul, como também o telespectador. Infelizmente não podemos dizer o mesmo de Dot (Selana Gomez) e Peaches (Megan Ferguson), as duas moças são encontradas durante o percurso dos dois, a atuação da primeira até corresponde com o nível da trama e seu tempo em tela é maior que o da segunda, que aliás, é totalmente descartável, ela tem uma cena principal e só.
Ryan Miller (A Voz de uma Geração) é o responsável pela trilha sonora do longa, seu trabalho é muito bom, o drama e comicidade casam muito bem com a trilha, outro trabalho que merece destaque é o do Giles Nuttgens (O Grande Hotel Budapeste), o diretor de fotografia, ele conseguiu dar um toque estético muito bonito para trama, principalmente durante a viagem, e no final contamos com um plano aberto emocionante.
“Amizades Improváveis” é um longa que tem boas atuações, uma trilha sonora gostosa e uma bela direção de arte, podemos somar tudo isso com um bom roteiro e encontramos mais um ótimo filme no catálogo Netflix.
Nota 8.5.
¹ A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença neuromuscular caracterizada por fraqueza e perda de massa muscular rapidamente progressiva, devido a degeneração dos músculos esquelético, liso e cardíaco.