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Conduzindo Miss Daisy, de 1989, sempre atual

A idade chega para todos, com ela algumas fraquezas também, Miss Daisy (Jessica Tandy) está com 72 anos, ao sair de casa erra as marchas do carro e sofre um pequeno acidente, seu filho, Boolie Werthan (Dan Aykroyd), fica preocupado e resolve contratar um motorista particular, mesmo sem a aprovação da mãe.

Hoke (Morgan Freeman) fica encarregado de levar Daisy para todos os lugares, o grande problema é que a rica judia é preconceituosa e extremamente cabeça dura.

“Conduzindo Miss Daisy” faz uso de todos os esteriótipos possíveis, na rica família Werthan somos apresentados a pessoas que fazem uso de comportamentos mesquinhos e agressivos, o filme utiliza desse fato para mostrar “que os ricos são prepotentes”. Todos os seus subordinados são negros, humildes e muitas vezes analfabetos. Também temos pessoas que vão à igreja, comemoram o natal, mas não chamam o necessitado para participar da ceia.

O longa segue fazendo uso dessas meios descritivos por todo seu percurso, mas nós não ficamos cansados ao ver esse tipo história, o que fazemos é tomar as dores do mais fraco e torcer contra o mais forte, só que em certa altura do jogo nós percebemos que não existem fracos e fortes, mas sim pessoas que “são obrigadas” a agir conforme seu meio social.

Conduzindo Miss Daisy

A trama não faz uso de ação ou suspense, temos uma trilha sonora toda instrumental e um filme baseado inteiramente em diálogos. Ah, meu amigo. Os diálogos. Fale como for, estude os planos de câmeras, paleta de cores e edição de imagem. Mas algumas obras são o que são, graças aos diálogos.

Aqui temos uma acidez misturada com uma amorosidade e leveza sem igual.

Ano após ano, década após década, tudo ali se repete. O racismo. As divisões de classe. A soberba. A falta de oportunidade para o pobre.

Morgan Freeman em algumas pequenas falas deixa a impressão de estar sendo caricato demais, mas seu personagem é muito cativante, não tem como não amar Hoke. Jessica Tandy rouba a cena, uma personagem arrogante que distribui doses de amor. Dan Aykroyd é aquele filho que se preocupa com a mãe, mas ao mesmo tempo têm seus negócios e sua família.

Some todas as questões sociais abordadas, as belíssimas atuações, um roteiro impecável e consiga achar algo melhor ainda. A maquiagem da trama é incrível, com os saltos temporais ela se sobressai e, não tem como não ficar impressionado com tanta qualidade, não é atoa que o filme ganhou o Óscar nessa área.

Mas sabe o que é decepcionante nessa obra?

Seu excesso de realismo.

Não, não digo que isso seja ruim para construção da história, mas é muito real, e isso é triste.

O preconceito. A hipocrisia. O desdém. São palavras e atitudes que machucam.

O filme é da década de 80. Poderia ser da década de 30 ou dos anos 2000.

O filme poderia ser feito em 2050, que, tenho certeza, ainda assim seria atual.

Não evoluímos como espécie. Ou melhor, evoluímos, pois, nem toda evolução é boa.

Infelizmente não iremos mudar o mundo, mas podemos mudar um pouquinho do que está ao nosso lado. Evite ser como o pessoal já citado que vai à igreja mas não pratica o bem. Evite tudo isso.

Tenha ódio do preconceito, da desigualdade social, tenha ódio pois as oportunidades não são igualitárias, mas, em hipótese alguma, tenha ódio dessa maravilhosa obra.

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