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Opinião com Café | O Doador de Memórias

Filme de 2014 com 1 hora e 37 minutos de duração.

Sinopse: Uma pequena comunidade vive em um mundo aparentemente ideal, sem doenças nem guerras, mas também sem sentimentos. Uma pessoa é encarregada a armazenar estas memórias, de forma a poupar os demais habitantes do sofrimento e também guiá-los com sua sabedoria. De tempos em tempos esta tarefa muda de mãos e agora cabe ao jovem Jonas (Brenton Thwaites), que precisa passar por um duro treinamento para provar que é digno da responsabilidade.

Opinião com Café.

Um grupo de pessoas conseguiu o “mundo perfeito”, nesse local não existem doenças, guerras, problemas climáticos, dor e tudo o que há de ruim, mas também não existem animais, sentimentos e as pessoas não pensam por si só.

O mundo considerado ideal caminha sem problemas, e quando os adolescentes acabam de estudar são encaminhados para seus serviços, sem opção de escolha, e Jonas (Brenton Thwaites) é o humano ideal para ser o “recebedor de memórias”, essa “profissão” serve para receber as memórias da vida real e indicar para os anciões qual caminho seguir para que o mundo deles continue caminhando bem.

Dois terços do filme tem seu desenvolvimento focado em demonstrar como é a vida que eles levam, o que o doador de memórias tem que fazer, e parte do treinamento, esse foco é muito bacana, a trava voa, a ideia de mundo perfeito é explorada com maestria e pouquíssimos erros são apresentados.

Outro ponto ótimo que devemos destacar é que o longa consegue mostrar o melhor e o pior do ser humano, tudo sem vulgaridades, palavrões ou corpos jogados na tela.

Jonas consegue transmitir as sensações que o filme necessita, Fiona (Odeya Rush) e Asher (Cameron Monaghan), que são os melhores amigos de Jonas, também caminham bem, apesar de não terem o mesmo foco do personagem principal. Outro personagem que tem um papel importantíssimo é o “Doador” (Jeff Bridges), ele demonstra sinais de rancor e tristeza, e sua atuação é muito segura.

Porém um filme que caminhava muito bem teve em sua último ato uma queda acentuada, as atuações até se mantiveram boas, mas a história pecou, com um final clichê e sem sentido, um filme que tinha tudo para ser ótimo se transformou apenas em mediano, “O Doador de Memórias” lembrou aqueles refrigerantes de 3 litros, ótimo no começo, mas sem gás no final.

Nota 7.


Bom, se você não assistiu o longa, aconselho que pare a leitura nesse momento, pois irei citar o que me incomodou no final do filme.

O grande erro de roteiro que o longa apresenta em seu final é: se você nunca viveu aquela vida, como é possível se recordar dela? No momento em que Jonas consegue ultrapassar o portal, todas as lembranças de uma vida passada vem à tona para TODOS os moradores, a noção do que é certo e errado, os sentimentos, TUDO, mas o grande ponto é que eles nunca viveram tais momentos, então não tem como saber o que é certo e errado, não tem como se recordar de algo que nunca viveu.

A ideia do filme é muito boa, mas seu final sem coragem deixou várias pontas soltas.