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HQ’s Entrevista | Alan Yango

Hoje é dia de falar com mais um quadrinista brasileiro, com um herói super poderoso e com algumas histórias que mostram a “vida como ela é”, Alan Yango vem se consolidando cada vez mais no mercado de histórias em quadrinhos, primeiro ele cedeu seu personagem para a graphic novel “Protocolo a Ordem” e agora junto com Joe Bennett está desenvolvendo um projeto gigantesco sobre um grupo de heróis da Amazônia… bom, nada melhor do que você ler a entrevista e descobrir tudo sobre esse talentoso artista.

Gostaria começar agradecendo sua disposição em trocar algumas palavrinhas conosco do HQ’s com Café.

1 – Quem é Alan Yango?

Alan Yango é um carinha que começou a curtir quadrinhos desde moleque, e por achar tudo aquilo muito bacana começou a rabiscar seus primeiros traços e a criar seus próprios heróis. O moleque cresceu e junto com ele essa paixão pelos quadrinhos.

2 – Alan, sabemos que você tem um personagem chamado Maximus, como foi o processo de criação e quem exatamente é esse personagem?

Criei o Maximus em meados de 99, salvo engano. Foi mais como uma brincadeira. Eu estava querendo desenvolver um projeto no estilo cartoon, com vários personagens, e ele era o herói da cidade, um herói meio às avessas, atrapalhado. No final das contas arquivei tudo e caiu no limbo dos desenhistas. Após alguns anos, em 2006, resolvi dar uma nova chance à ele, modificando seu visual, transformando-o em um herói de verdade e passei a publicar algumas artes dele em um fotolog. Ele acabou caindo no gosto dos internautas, e em pouco tempo surgiram as primeiras HQs em um blog. Em 2011 ele ganhou sua revista impressa.

Maximus, desenho de Joe Bennett.

3 – Além do Maximus, você trabalha com mais algum herói?

Tenho alguns com os quais gosto de trabalhar e outros que estão com projetos engatilhados. Em meu blog podem ser encontradas HQs do Sepulcro, mais voltadas para o terror/suspense, da Defensora, do Caçador Urbano e da vampira Zulla. Em algumas edições da revista do Maximus foram publicadas histórias da Ígnea, Marginal (que terá o nome modificado embreve) e do Extensor. E ainda falta publicar meu personagem alado, o Ikarus. Embora haja outros, estes são os que eu desejo trabalhar com mais frequência.

4 – Como você enxerga o cenário de quadrinistas independentes?

Acho que o cenário independente é feito de guerreiros, dos verdadeiros heróis dos quadrinhos, que são os autores, os carinhas que lutam para mostrar seu trabalho, fazer algo de qualidade, que buscam com afinco seu lugar ao sol. Nos últimos anos muita coisa boa tem aparecido, principalmente em virtude do financiamento coletivo. A galera está mostrando que o quadrinho nacional existe e está aí pra ficar.

5 – Sabemos que os brasileiros tem o costume de idolatrar os heróis que vem de fora, e ridicularizar o que é nosso, como você lida com isso?

Não posso negar que isso me deixa muito irritado, mas procuro ser indiferente a essas opiniões, afinal todos tem o direito de gostar ou não. Não me envolvo em discussões, pois muitas vezes elas não levam a nada. A internet está cheia de engraçadinhos que parecem viver apenas para ridicularizar quem está fazendo algo. Prefiro deixar esses trolls falando sozinho. Tenho coisas melhores a fazer com meu tempo a dar atenção a quem não merece.

6 – Uma boa parcela do público não conhece a graphic novel “Protocolo: A Ordem”, essa história foi super projeto que contou com dezenas de quadrinistas, e você foi um deles, nos conte quantos quadrinistas participaram dessa graphic novel e quais foram os maiores desafios em inserir um herói no meio de dezenas de outros heróis?

Particularmente não posso dizer muito acerca da Protocolo: A Ordem. Apenas autorizei a participação do Maximus e não me envolvi diretamente no roteiro ou processo de criação da revista. Mas certamente a revista é um marco no quadrinho independente, pois é a primeira vez que tantos heróis nacionais estão juntos em uma mesma aventura, em uma revista impressa. A caixa com meus exemplares chegou ontem para mim (25/07) e ainda não tive tempo para ler a história.

Maximus desenhado por Fabio Nahon.

7 – Bom, vamos encerrar por aqui, mas antes, onde nosso leitor poderá comprar suas HQ’s? E como ele poderá entrar em contato com você?

Bom ,para adquirir minhas revistas é só acessar meu blog (www.yangoverso.blogspot.com) e conferir os dados para compra. Quero aproveitar para pedir a colaboração de todos no meu projeto do Esquadrão Amazônia no Catarse (https://www.catarse.me/esquadraoamazonia) em parceria com o grande Joe Bennett, quadrinhista que atua a mais de 30 anos no mercado de quadrinhos, já tendo desenhado uma infinidade de títulos nas editoras Marvel e DC. Contamos com o apoio de todos vocês.

Alan, agradecemos imensamente o tempo que você concedeu para essa entrevista, se você quiser falar mais alguma coisa ou deixar algum recado, esse é seu espaço.

Eu é quem gostaria de agradecer por esta oportunidade. Meus votos de sucesso para todos nós. Saudações máximas!

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