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A Casa de Pequenos Cubinhos, uma história de vida

Antônio Abujamra já perguntava. O que é a vida?

Gonzaguinha indagava. Ela é maravilha ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento?

Talvez a melhor resposta tenha sido da Mônica, de Friends. A vida é uma droga, você vai adorar.

Não há fórmulas, não há receitas, não há nada. Não valemos nada, não representamos nada nessa imensidão de universo.

Nada, nada… mas, pensando bem, talvez, talvez valhamos alguma coisa. Talvez valhamos muito, mas dentro do âmbito familiar. Só ali dentro, para todo o restante, continuamos sendo nada.

A Casa de Pequeninhos Cubinhos é isso. Um nada no meio de tudo.

Kunio Kato foi quem fez o curta, ele retrata um senhor solitário, que tem como sua única companhia um velho cachimbo. Esse senhor vive em uma cidade que foi alagada, só que água não descia, ela só subia, aos poucos tudo foi ficando submerso, e toda vez que a água subia, o senhor pegava alguns tijolos e construía um cômodo acima.

Um dia, em uma dessas construções, o cachimbo caiu na água. E como naquela solidão o objeto era seu único “amigo”, o velhinho comprou uma roupa de mergulho e foi atrás dele, o que ele não esperava é que ao descer por entre os cômodos alagados, um turbilhão de emoções brotaria.

Aos poucos vamos nos afeiçoando ao velhinho, ao ver ele descendo por entre sua casa alagada passando sua emoção ao relembrar as histórias do passado, é impossível não ficar encantado.

Uma história simples, que não conta com a tecnologia das grandes animações, mas que tem uma trilha sonora calma, um velhinho que não fala uma única palavra, e que passa em sua expressão muita melancolia.

Um curta-metragem que nos faz pensar sobre a vida, sobre o que já passamos e que confirma a frase da Mônica. Sim, a vida é uma droga, você vai adorar.

Olhe com atenção o último quadro. Que droga de vida. Mas, olhe com atenção todos os outros quadros. Imagine quantos momentos, histórias, alegrias, tristezas, decepções… Quanta vida há ali.

Ah! Meu amigo. Se você não se encanta com esse negócio complexo chamado vida, você já está morto. E você pode tudo nessa vida, menos morrer antes da hora.